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Merval Pereira diz que Bolsonaro é "ameaça à democracia" e que inelegibilidade será "exemplar"

"Não puni-lo será um sinal de leniência não compatível com o nível de risco em que ele colocou a sociedade brasileira”, diz o jornalista

Merval Pereira e Bolsonaro (Foto: Reprodução/TV Globo | REUTERS/Mariana Greif)

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247 - Em coluna publicada nesta terça-feira (27) no jornal O Globo, o jornalista Merval Pereira afirma que Jair Bolsonaro (PL) é uma “ameaça à democracia” e que sua inelegibilidade será “exemplar”.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça, com o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves, o julgamento que trata da reunião de Bolsonaro com embaixadores no Palácio da Alvorada - transmitida pela TV Brasil - no ano passado, ocasião em que ele mentiu e atacou as urnas eletrônicas e o processo eleitoral. A condenação de Bolsonaro, cenário mais provável, poderá culminar em sua inelegibilidade por oito anos.

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“A apresentação aos embaixadores seria, por si só, suficiente para puni-lo com a inelegibilidade, porque ele exorbitou do poder político em causa própria”, analisa Pereira. “Desacreditar o processo eleitoral é um claro passo na direção do golpe pretendido, que mais adiante ficou explícito, tanto nas minutas golpistas quanto nas ações de 8 de janeiro. Não é preciso ter nenhum documento assinado por Bolsonaro falando de golpe para entender que a linha do tempo em que a reunião dos embaixadores está inserida passa por diversos fatos estimulados, ou convocados, por ele. Eles incluem não apenas a minuta encontrada nos guardados de Anderson Torres, mas também documentos registrados no celular do tenente-coronel Mauro Cid no mesmo sentido, sinal de que o tema era frequente nos círculos do poder bolsonarista”.

“A provável condenação de Bolsonaro será exemplar para outros líderes políticos não usarem a Presidência como trampolim para campanhas eleitorais não permitidas por lei. Servirá de alerta para todos os mandatários que pensem em usar seu poder para influenciar eleitores. Não puni-lo, ou puni-lo simbolicamente com multa, será um sinal de leniência não compatível com o nível de risco em que ele colocou a sociedade brasileira”, conclui.

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