Rádio que teria feito mais inserções pró-Lula apoia Bolsonaro e promoveu ataques a petista
"Somos uma emissora cristã e, portanto, de direita", diz Rádio da Bispa, que chamou relatório bolsonarista de mentiroso
Paulo Motoryn, do Brasil de Fato - A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na noite desta terça-feira (25), um relatório acompanhado de um link público do Google Drive com acesso a uma planilha de horários que comprovaria que oito emissoras de rádios teriam reproduzido mais inserções a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do que do candidato à reeleição.
No entanto, uma das emissoras citadas pela campanha bolsonarista, a rádio Bispa FM, de Recife (PE), fez publicações favoráveis a Bolsonaro e críticas a Lula nas redes sociais. Segundo o relatório, em 9 de outubro de 2022, por exemplo, a emissora teria veiculado 39 inserções de Lula e só 12 de Bolsonaro. Um apresentador da rádio, porém, foi às redes sociais desmentir o relatório apresentado pela campanha do candidato do PL.
"Deixa eu explicar uma coisa para vocês. Nossa frequência é a 98.7. Nossa frequência não é a 97.1. Está sendo veiculado nas redes sociais uma informação falsa, onde diz que a 97.1 é a Rádio da Bispa. Não é. Essa rádio não pertence ao Grupo Shekinah de Comunicação ou à Rádio da Bispa. Nós estamos veiculando todas as propagandas enviadas pelo TRE e pelo TSE. Logo, não temos nada a ver com a 97.1", declarou o apresentador Guilherme Alves.
Em um comentário de uma publicação no Instagram, o perfil da rádio ainda escreveu: "Além disso, somos uma emissora cristã e portanto de direita, não comungamos de nenhuma forma de comunismo ou de pensamentos abortistas ou relacionado à destruição da família". Em publicações anteriores ao relatório, como uma feita em 14 de outubro, a Rádio da Bispa distribuiu conteúdos contrários a Lula, insinuando que o petista seria contrário a religiões cristãs.
Golpismo bolsonarista
Na segunda-feira (24), o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que o presidente teve 154 mil inserções de rádio a menos que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas últimas duas semanas.
A petição foi uma resposta à determinação do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após a apresentação de dados levantados por uma auditoria particular contratada pela campanha bolsonarista, Moraes divulgou despacho dando o prazo de 24 horas para que fossem apresentadas provas que comprovassem os números citado em coletiva de imprensa pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria. Caso as denúncias não sejam provadas, a coligação do presidente poderá ser enquadrada por crime eleitoral.
Segundo Moraes, a acusação foi enviada ao TSE sem “qualquer prova e/ou documento sério”. O pedido da campanha se baseia em um relatório feito pela Audiency Brasil Tecnologia, sediada em Santa Catarina e que se apresenta como “plataforma de distribuição, gerenciamento e acompanhamento de veiculações das campanhas de mídias offline (rádio)” em tempo real.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: