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    Reinaldo: Dilma está viva. PHA pede nova equipe

    Para o blogueiro Reinaldo Azevedo, da Veja.com, é prematuro decretar o fim das chances de reeleição da presidente Dilma; já o blogueiro Paulo Henrique Amorim, do Conversa Afiada, pede mudanças no ministério para enfrentar o que chama de "golpe"

    Reinaldo: Dilma está viva. PHA pede nova equipe
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    247 - Em pólos opostos, Reinaldo Azevedo, da Veja.com, e Paulo Henrique Amorim, do Conversa Afiada, reagiram à pesquisa Datafolha, que apontou queda de 27 pontos na aprovação da presidente Dilma. Reinaldo diz que ainda é cedo para decretar o fim prematuro do governo Dilma e de suas possibilidades de reeleição, enquanto PHA pede mudanças no ministério para enfrentar o que chama de "golpe".

    Leia abaixo a análise de Reinaldo:

    Então Dilma já era? E o fator Lula
    Então Dilma já era? Ela e o PT já podem ir fazendo as malas? É muito cedo! Terá o Datafolha feito também uma pesquisa eleitoral? Vamos ver. É bom lembrar que, em dezembro de 2005 — ano do mensalão — a aprovação de Lula era de apenas 28%, Inferior, ainda que na margem de erro, aos 30% de Dilma. Onze meses depois, ele se reelegeu presidente da República. Assim, é um pouco cedo para dizer.

    O Datafolha fez uma pesquisa, com margem de erro enorme, de 4 pontos percentuais, só entre os manifestantes da passeata realizada no dia 20 em São Paulo. Joaquim Barbosa liderou as intenções de voto para presidente, com 30%. Marina Silva ficou em segundo, com 22%. A presidente Dilma ficou com 10%. O tucano Aécio Neves foi citado por 5%, e Eduardo Campos, do PSB, por 1%.

    Apoio ao plebiscito
    Ainda que eu duvide que a esmagadora maioria saiba do que se trata exatamente — até porque nem o meio político sabe —, o Datafolha apurou que 68% dos entrevistados apoiam o plebiscito da reforma política, ideia lançada pela presidente. A questão é saber como operacionalizar isso. Se existe o endosso, cria-se uma franja de contato com a opinião pública.

    A situação de Dilma, hoje, é muito difícil. Franklin Martins voltou a ser um interlocutor frequente. Ele assumiu a área de comunicação do governo Lula em 2007. Teve início, então, um trabalho agressivo de demonização da imprensa e da oposição. Ambas passaram ser tratadas como aliadas (o que era e é falso) e golpista. Montou-se uma grande rede de apoio ao governo na Internet, capitaneado por sites e blogs financiados por estatais. Franklin deixou pronta uma proposta de “controle social da mídia”, que Dilma engavetou. Sabe-se lá que conselho ele está dando para a soberana. Coisa boa não deve ser.

    O fator Lula
    Antes dessa pesquisa, o coro “volta, Lula” já não era nada discreto no PT. Vai se fazer mais audível depois desses números. Como já informei aqui, há gente na cúpula do próprio governo dizendo que “Dilma já era!”. São, é evidente, lulistas entusiasmados. É claro que ele voltou a ser o que não era em março, quando ela tinha 65% de aprovação: pré-candidato a presidente em 2014.

    Se isso acontecesse, seria fácil vencer desta vez? Ora, resta evidente que Dilma é cria de Lula. Todos os eleitores sabem disso. É de supor que a reputação do Apedeuta, nesses embates, também tenha sido abalada. Em que medida? Ainda não há pobres na rua, embora se deva supor, pelos números, que há muitos descontentes.

    Cuidado com a volatilidade
    Os números têm de ser vistos com cuidado — e não estou desconfiando, como nunca desconfiei, do rigor técnico da pesquisa. O cuidado é de outra natureza: é claro que há nesse levantamento opiniões ainda não consolidadas. Em três semanas, não aconteceu nada de tão formidável que justifique mudança tão radical de humor. “Três semanas, Reinaldo? É coisa dos últimos 10 anos!” Pode ser; o fato é que os brasileiros eram livres para se manifestar e não o fizeram, certo?

    Os petistas caíram na própria arapuca. Vamos ver como vão tentar sair dela.

    E, aqui, a de PHA:

    Não há margem de erro – uma especialidade  dessas duas pesquisas brasileiras – que desminta o óbvio: o primeiro Golpe já houve.

    A Dilma não caiu, porém.

    Quem caiu foi o Governo Dilma que havia: o da gerente, da técnica, da “mãe do PAC”, da campeã da gestão.

    Isso é espuma de sabão que se desfaz no primeiro jato d’água.

    Ela deve escolher um lado.

    Recompor o núcleo político.

    Reformar o ministério.

    Não dá para enfrentar um Golpe com Helena Chagas, ze Cardozo, Bernardão, Gleisi etc etc etc.

    A Globo é o maior partido da Oposição.

    A Globo não ganha eleição.

    Mas a Globo dá Golpe.

    Ela deu um, quando ignorou o desastre da Gol e fez um jornal nacional na véspera da eleição em 2006 e levou a eleição ao segundo turno.

    Deu esse, agora, a partir das manifestações apartidárias e horizontais !!!

    E ela não se defende.

    Manda usar o controle remoto.

    No Brasil, não existe controle remoto: a concentração na mídia brasileira é inaceitável numa Democracia.

    Ela não caiu.

    Mas, pôs lenha na fogueira da candidatura de Joaquim Barbosa.

    E, possivelmente, de Bláblárina.

    Aécio e Eduardo Campriles tem a sua conta a pagar, também, nas manifestações.

    O Lula já esteve tão baixo nas pequisas e ganhou eleição.

    O Fernando Henrique, também.

    O Lula está quieto.

    Qualquer coisa que ele disser pode ser pior para ela.

    Quieto e vivo !

    Paulo Henrique Amorim

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