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'Show golpista de Bolsonaro com embaixadores emudeceu os militares', diz Jânio de Freitas

"A reação internacional a Bolsonaro atinge todos militares e, com precisão, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira", diz o jornalista

(Foto: Clauber Cleber Caetano/Ag. Brasil)

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247 - O jornalista Jânio de Freitas afirma, em sua coluna na Folha de S. Paulo, que as declarações golpistas e as acusações sem provas contra o sistema eleitoral feitas por Jair Bolsonaro durante reunião com embaixadores estrangeiros, realizada na semana passada, “emudeceu os generais e coronéis, de farda e de pijama, contrários à segurança das urnas eleitorais e, de quebra, soltou as vozes antigolpe que nem se esperava mais ouvir”.

“A ausência dos comandantes militares na plateia não indicou qualquer restrição deles, mas só cautela com a proibição de militares da ativa em ato político. A reação internacional a Bolsonaro atinge todos militares e, com precisão, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira. Para a presunçosa autoimagem militar, a reação interna é descartável. Mas a internacional soaria como um chamado à racionalidade, no entanto improvável por inexistir o pretendido pelo chamado”, diz o jornalista.

Ainda segundo Jânio, apesar do silêncio dos militares em torno do assunto, “há pendências deixadas pelo ministro da Defesa em suas intempestivas falas no Senado, na semana anterior ao show eleitoral/golpista no Alvorada”. “Por exemplo, a exigência de entrega, do Tribunal Superior Eleitoral aos generais e coronéis da Defesa, da documentação referente às eleições de 2014 e 2018. Será reiterada pelas fardas e fuzis ou enterrada sob sete palmos de abuso de poder, desvio de função e afronta à Constituição?”, destaca.

“Aquela pergunta é, entre tantas, a que parece oferecer a resposta mais próxima.Resposta provisória, bem entendido. Como as faltantes, até que a eventual compreensão militar absorva ao menos dois conceitos: 1- se querem ser militares, parem de provocar desordem institucional. Já a fizeram demais, quase ininterruptas nos 133 anos desde o golpe da República. 2- militares têm as armas, mas a importância que pensam ser sua, neste país, quem a tem são os garis e os bons médicos. Obsoletas entre vizinhanças pacíficas, forças militares na América do Sul são uma duvidosa tradição”, finaliza.

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