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    The Economist: "Jair Bolsonaro está sob cerco"

    Reportagem da revista britânica “The Economist” aponta que Jair Bolsonaro se rendeu ao clientelismo do centrão enquanto a sua popularidade derrete com avanço da pandemia e com a divulgação do escândalo das emendas parlamentares

    Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | REUTERS/Ueslei Marcelino)
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    247 - Reportagem da revista britânica “The Economist” aponta que Jair Bolsonaro se rendeu ao clientelismo ao cooptar o apoio do centrão enquanto a sua popularidade despenca. "O apoio do Centrão nunca é gratuito”, destaca o texto. Nesta linha,  a publicação ressalta que “o governo distribuiu mais de R$ 20 bilhões por meio de emendas de relator'' e que “pelo menos R$ 3 bilhões foram encaminhados por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) atendendo a indicações de parlamentares”. 

    “O escândalo, que a imprensa chamou de ‘tratoraço’, é a mais evidente prova até agora da participação de Bolsonaro na política clientelista. A situação se desdobra juntamente com um desastre de relações públicas ainda maior: uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga como o governo lidou com a pandemia. As duas crises demonstram como Bolsonaro tem se enfraquecido cada vez mais e como o Congresso”, destaca a reportagem. 

    “Mas um impeachment é improvável, em parte porque Bolsonaro reinventou na prática a compra de apoio político no fim de 2019. A maioria dos novos recursos orçamentários foi destinada a legisladores que votaram em Rodrigo Pacheco, escolha de Lira e do Centrão para a presidência do Senado”, diz a publicação. “Uma ameaça maior à popularidade de Bolsonaro é a CPI, que começou os depoimentos no Senado este mês. As sessões diárias são transmitidas ao vivo na TV, criando uma macabra história oral do desastre brasileiro na pandemia”, completa o texto. 

    O periódico ressalta, ainda, que “as pesquisas mais recentes mostram queda no apoio ao presidente em quase todos os segmentos do eleitorado, incluindo entre seus defensores mais convictos, como os evangélicos. É provável que seu principal rival nas eleições de 2022 seja Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente petista cuja popularidade aumentou recentemente”. 

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