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    Altman: eleição entre Lula e Bolsonaro coloca um dilema para a Casa Branca

    O jornalista avaliou em entrevista à TV 247 que a Casa Branca enfrentará uma encruzilhada nas eleições presidenciais brasileiras, já que, por um lado, Bolsonaro é completamente “disfuncional” e, pelo outro, Lula se mostra intransigente em defesa de suas políticas. “Podem começar a pressionar ambos, como alguns porta-vozes começam a fazer, para tentar arrancar compromissos do interesse da geopolítica dos Estados Unidos”. Assista

    (Foto: Divulgação)

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    247 - O jornalista Breno Altman, em entrevista à TV 247, avaliou a estratégia da Casa Branca para as eleições presidenciais brasileiras em 2022. Para ele, apesar de não serem simpáticos a Lula, os Estados Unidos devem tentar estabelecer um pacto com o petista como forma de conter a “disfuncionalidade” de Jair Bolsonaro.

    “Qual será a opção do Biden? Bolsonaro ou Lula? Não há nenhuma simpatia da Casa Branca por Lula, zero simpatia. Eles participaram diretamente dos movimentos políticos que levaram ao golpe de Estado contra a presidente Dilma Rousseff e na construção da Lava Jato. Tiveram um papel de destaque em todo esse processo do chamado lawfare. E quando digo ‘eles’, não falo dos republicanos de Trump que foram ao governo apenas a partir de 2017, mas exatamente do próprio Biden, que era vice-presidente do Obama”, disse o jornalista.

    Altman destaca que, sob o ponto de vista da Casa Branca, se estabelece um dilema: “O problema é que Bolsonaro se transformou num presidente muito disfuncional. A Casa Branca diante de um cenário no qual a terceira via não possa se estabelecer, ela vai fazer a seguinte pergunta: com qual dos dois é mais fácil estabelecer limites? É mais fácil controlar e enquadrar o Bolsonaro, ou tentar estabelecer um pacto com o Lula e o PT? Essa é a questão que vai estar posta na Casa Branca”.

    “Há uma questão que não pode ser desconsiderada, de que, evidentemente, o Bolsonaro é um personagem que não é levado a sério, no sentido de que não é possível estabelecer compromissos e acordos com ele. Eles aprenderam essa lição. Acredito que numa situação como essa, a Casa Branca vai estar numa encruzilhada complicada. Podem começar a pressionar ambos, como alguns porta-vozes começam a fazer, para tentar arrancar compromissos do interesse da geopolítica dos Estados Unidos”, avaliou. 

    Pressão externa 

    Altman considera que a manutenção dos interesses geopolíticos dos Estados Unidos vai contra as ideias de Lula e que, para contê-lo, será necessário criar um clima de grande pressão externa: “O que isso quer dizer? Estabelecer um clima político onde dizem, ‘não temos nada contra o Lula, mas se ele ganhar e não fizer uma política pró-Venezuela, nós podemos trabalhar juntos’, ou, ‘se Lula ganhar, mas não resolver reestatizar os ativos da Petrobras que foram vendidos no último período, podemos trabalhar juntos’, ou, ‘se Lula ganhar, mas não brigar com as autoridades financeiras internacionais, especialmente o Fundo Monetário Internacional, podemos trabalhar juntos’, ou, ‘se Lula ganhar, mas for bastante moderado na construção dos BRICS e nas alianças com a Rússia e China, podemos trabalhar juntos’. Podem começar a exercer uma pressão grande sobre a candidatura do Lula para tentar estabelecer algum pacto”.

    “Não vejo nenhuma possibilidade em que o ex-presidente Lula aceite um pacto dessa natureza. Aqui não estou discutindo o que faria o PT e o ex-presidente Lula, mas sim o que tentará fazer a Casa Branca. Tentará criar um clima no país de extrema pressão, exigindo um pacto mínimo”, completou o jornalista.

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