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Amorim rebate EUA: dizer que Brasil 'papagueia' a propaganda russa é totalmente absurdo

Ex-chanceler e agora assessor especial do presidente Lula também criticou "drama" e "hipocrisia" em torno das declarações de Lula sobre guerra na Ucrânia

Celso Amorim (Foto: REUTERS/Carla Carniel)

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247 - O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, atual assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, criticou o posicionamento do governo dos Estados Unidos, do presidente Joe Biden, sobre declarações do chefe do Executivo brasileiro acerca da guerra na Ucrânia, governada pelo presidente Volodymyr Zelensky. Os ucranianos estão em guerra com a Rússia, do presidente Vladimir Putin. 

"Dizer que 'papagueia' a propaganda russa é totalmente absurdo. Temos vários pontos de convergência, mas em vários momentos o Brasil condenou, no atual governo, a invasão da Ucrânia. Não podemos fazer um drama em torno disso. É claro que as palavras sempre são importantes, mas vamos olhar as atitudes básicas e ver a realidade", disse Amorim em entrevista à GloboNews. 

O presidente Lula tem cobrado mais iniciativa dos EUA e de países europeus no sentido de negociar o fim da guerra na Ucrânia, ocupada por tropas da Rússia.

O petista afirmou no último domingo (16) que "o presidente [russo, Vladimir] Putin não toma a iniciativa de parar". "[O presidente ucraniano, Volodimir] Zelenski não toma a iniciativa de parar. A Europa e os Estados Unidos continuam contribuindo para a continuação desta guerra", disse ele em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos (EAU), onde o líder brasileiro fez uma parada ao retornar de viagem à China.

Segundo Amorim, "Lula fez uma referência genérica à Crimeia. Eu já ouvi de vários líderes europeus - eles não falam alto, mas dizem - que 'bom, a Crimeia a gente já sabe, né?'". "Vamos parar com essa hipocrisia", complementou. 

O porta-voz de segurança nacional do governo norte-americano, John Kirby, disse que o "Brasil está repetindo a propaganda da Rússia sem olhar para os fatos".

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, discordou da posição emitida pelo representante dos EUA. O chanceler brasileira disse não saber como, "por que chegou a essa conclusão", numa referência a declarações de John Kirby.

Nesta segunda (17), o presidente Lula teve um encontro em Brasília (DF) com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov. O chanceler russo agradeceu aos pedidos do presidente Lula pela criação de um grupo de países para negociar o fim da guerra. 

Lavrov fez um convite ao presidente brasileiro para visitar o país euroasiático, governado pelo presidente Vladimir Putin, que demonstrou apoio ao que chamou de cooperação militar entre a Rússia e a China.

O governo ucraniano também convidou Lula para ir a Kiev.

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