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Biden procurou 'ameaçar' Putin, diz Seymour Hersh

Os EUA quiseram aproveitar um potencial ataque ao gasoduto Nord Stream para deter uma ofensiva de Moscou contra a Ucrânia, alega o jornalista

Seymour Hersh (Foto: Divulgação)

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RT analisa a reportagem de Seymour Hersh. Traduzido e adaptado por Rubens Turkienicz com exclusividade para o Brasil 247

Os EUA tinham a intenção de usar a ameaça de explodir os gasodutos Nord Stream para dissuadir a Rússia de atacar a Ucrânia — argumentou o jornalista investigativo vencedor do Prêmio Pulitzer Seymour Hersh.

Numa matéria publicada online em fevereiro, Hersh alegou que os EUA orquestraram a explosão de setembro de 2022 dos gasodutos no Mar Báltico construídos para fornecer gás da Rússia para a Alemanha.

Falando para o magazine online alemão Tichys Einblick na segunda-feira, o jornalista disse que inicialmente o presidente Joe Biden via a ameaça de sabotagem como um meio de dissuasão.

Hersh alegou que os planos para um ataque potencial começaram a ser feitos ao final de 2021, quando os EUA estavam acusando Moscou de acumular forças militares ao longo da fronteira com a Ucrânia

A ideia era de encontrar alguma coisa extraordinária que o presidente pudesse usar, como um engodo ou uma ameaça, para convencer Putin a não atacar a Ucrânia”, disse Hersh.Acima de tudo, isso foi uma ameaça. Eu não penso que este governo é muito bom com persuasões. Eles operam mais nas linhas de ‘ou você está conosco, ou é contra nós’”, o jornalista adicionou. “A ideia era de dizer a Putin: 'Nós vamos explodir os gasodutos se vocês cruzarem a fronteira ucraniana’”.

Duas semanas antes de Moscou lançar a sua operação militar em fevereiro de 2022, Biden prometeu que os EUA “dariam um fim” ao Nord Stream caso as forças russas entrassem na Ucrânia. Desde então, Washington e os seus aliados impuseram sanções extensas contra Moscou e forneceram armas pesadas para Kiev, incluindo tanques e artilharia.

No entanto, a Casa Branca negou ter qualquer envolvimento na sabotagem dos gasodutos, repudiando a estória de Hersh como “totalmente falsa e uma completa ficção”.

Diversos veículos de notícias alegaram em março que um grupo pró-ucraniano, agindo independentemente, poderia estar por trás da sabotagem. Kiev negou qualquer envolvimento no ataque. Neste ínterim, a Rússia insistiu que as reportagens visavam desviar a atenção da investigação de Hersh.

No mês passado, o Conselho de Segurança da ONU rejeitou o pedido da Rússia de estabelecer uma comissão internacional para investigar a sabotagem.

Dmitry Polyansky, o vice-enviado da Rússia na ONU, disse ao jornal Izvestia na terça-feira que “os países ocidentais, especialmente os EUA, não estão interessados numa investigação internacional objetiva”. Ao invés disso, eles “estão interessados em encobrir as pegadas e conduzir os investigadores ao caminho errado”, ele insistiu.

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