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Celso Amorim diz que é "legítimo" processo contra Israel na CIJ e defende solução "regional" sobre Essequibo

"O que o hemisfério Norte tem que fazer é não atrapalhar. Já será uma grande contribuição", afirmou o assessor especial de Lula sobre a tensão entre Venezuela e Guiana

Celso Amorim (Foto: Agência Brasil )

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247 - O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, atual assessor especial da Presidência da República, brincou ao se colocar como "assessor para assuntos conflituosos" em uma entrevista ao Valor Econômico. Amorim destacou que, apesar das eleições municipais no Brasil e da promessa do presidente Lula (PT) de ter uma agenda mais nacional do que internacional em 2024, “o que não falta é um conflito por aí” e, portanto, os assunstos internacionais continuam a demandar atenção.

Amorim destacou as próximas viagens de Lula, sendo uma visita à Etiópia e ao Egito, onde a situação na Faixa de Gaza deverá ser discutida. Além disso, ele também mencionou a posição do Brasil na Corte Internacional de Justiça (CIJ) em relação às acusações contra Israel pelo genocídio que promove contra os palestinos. “A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é um foro legítimo para o exame das acusações sobre as ações do Estado de Israel que resultaram em milhares de mortes de cidadãos palestinos, principalmente mulheres e crianças. Temos a esperança que contribua para um cessar-fogo humanitário, que já deveria ter ocorrido”.

O assessor especial também abordou a disputa territorial entre Venezuela e Guiana por Essequibo, salientando a necessidade de uma solução regional, com a exclusão de interferências do hemisfério Norte, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e China. “A questão entre Venezuela e Guiana deve ser resolvida na região. E, quando falo região, eu falo América Latina e Caribe. Apenas. Ninguém do hemisfério Norte. O que o hemisfério Norte tem que fazer é não atrapalhar. Já será uma grande contribuição”.

Amorim revelou que a política externa brasileira busca fortalecer o BRICS e considera a possibilidade de incluir outro país sul-americano ou latino-americano no bloco, já que o governo argentino de Javier Milei recusou a oportunidade. “O Milei é o chefe de Estado de uma nação vizinha e amiga. Eu lamento pela Argentina, para falar a verdade, acho que é uma pena porque ela teria a ganhar [no Brics]. Todos percebem que no Brics está o futuro. Não é um futuro exclusivo. Mas, certamente, o Brics é um polo diferente. China e Índia têm quase metade da população do mundo. Então é pena que a Argentina não tenha entrado. Eu, pessoalmente, isso não foi conversado ainda dentro do governo, mas eu acho que é importante que haja um outro sul-americano ou latino-americano [no Brics]”, afirmou, sem mencionar qual poderia ser este outro país.

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