Cuba sairá adiante apesar do bloqueio, afirma historiador
"O bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto por Estados Unidos à ilha caribenha há 60 anos não é mais que uma flagrante e imoral violação ao direito internacional", critica o historiador nicaraguense Aldo Díaz Lacayo
Prensa Latina - Apesar de tudo o que implica o bloqueio, o povo cubano e sua direção seguirão em frente, superarão com dignidade esta situação tão difícil, assegurou à Prensa Latina o historiador nicaraguense Aldo Díaz Lacayo.
'O bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto por Estados Unidos à ilha caribenha há 60 anos não é mais que uma flagrante e imoral violação ao direito internacional', afirmou em entrevista exclusiva.
Afirmou o fato de que essa política é condenada pela imensa maioria dos países, 'a ilegitimidade e ilegalidade do bloqueio está demonstrada nessas resoluções aprovadas na Organização de Nações Unidas, não só pelos danos ao povo cubano, também por seu impacto sobre as relações comerciais'.
O octogenário historiador fez referência ao recrudescimento desse instrumento político com a entrada em vigor do Título III da Lei Helms Burton, que possibilita a cidadãos estadunidenses reclamar ante cortes de seu país propriedades nacionalizadas pela Revolução Cubana nos primeiros anos da década de 1960.
'É irrisório dada a virtual impossibilidade de aplicar o referido título na ilha porque para isso depende das leis cubanas, e porque a maioria das empresas nacionalizadas foram indenizadas, só umas poucas não aceitaram o pagamento por razões especulativas', apontou o intelectual.
Mas, advertiu, o mais interessante do bloqueio e toda sua malha regulamentar é que conseguiu o efeito contrário emseu propósito de enfraquecer o povo cubano e acabar com sua Revolução.
'Estou seguro de que a consciência popular após 60 anos de Revolução e bloqueio, que a unidade popular em torno desse projeto político, e a experiência popular contra este tipo de agressões, fará que a resposta seja a acostumada: unidade e resistência', comentou o também ex-diplomata.
Díaz, graduado de medicina, direito e filosofia nas universidades de Puebça (México), Honduras e Havana, considera que o povo e o governo cubanos têm a suficiente capacidade de enfrentar com sucesso esta nova agressão.
A respeito, indicou que conquanto é verdadeiro que há afetações sérias, e que elas só fazem mais difícil a situação de uma nação bloqueada há seis décadas, também é verdadeiro que Cuba é o país mais preparado de o mundo para fazer frente a medidas deste tipo.
É interessante em tudo isto, advertiu Díaz, que a ilha caribenha não é a única afetada pelo bloqueio, a Lei Helms-Burton dado seu caráter extraterritorial afeta a outros países, inclusive a nações aliadas de Estados Unidos, e isso contravém o disposto nas relações internacionais e o comércio mundial.
'É uma patada à diplomacia bilateral e multilateral', sustentou o ex-assessor do Ministério das Relações Exteriores da Nicarágua.
Mas, insistiu, essas sanções e sua recrudescimento, não surpreendem à direção ao povo cubanos, 'sem dúvidas multiplicarão as dificuldades, mas não é algo novo nas relações entre Washington e Havana, ao menos nos últimos 60 anos', esclareceu.
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