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    É legítima a resistência contra a colonização da Palestina por Israel, diz Cebrapaz

    A organização lamenta a abordagem da mídia internacional, que muitas vezes retrata as ações palestinas como atos de terrorismo

    Um estudante que apoia o Hamas segura uma bandeira palestina em um comício na Universidade Birzeit, na cidade de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, 26 de abril de 2016 (Foto: Reuters)

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    247 - O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) emitiu um comunicado aprofundando seu posicionamento sobre o cenário atual de guerra entre israelenses e palestinos

    Conforme os recentes eventos, Israel foi surpreendido por um ataque maciço de foguetes vindos da Faixa de Gaza. Relatos apontam que o Hamas, grupo militante palestino, lançou mais de 3.000 foguetes em território israelense, levando à morte de 700 israelenses. Em contrapartida, os ataques de Israel resultaram na morte de mais de 400 palestinos.

    O Cebrapaz expressou solidariedade à causa palestina e declarou que "a resistência de um povo sob dominação estrangeira é legítima". Os confrontos recentes foram destacados pelo fato de os combatentes palestinos terem penetrado as barreiras israelenses, que têm o objetivo de isolar a Faixa de Gaza, lançando mísseis em cidades estratégicas.

    A organização lamenta a abordagem da mídia internacional, que muitas vezes retrata as ações palestinas como atos de terrorismo, enquanto as medidas tomadas por Israel são vistas como legítima autodefesa. "Israel expande suas colônias em Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, mantém Gaza sob bloqueio total há 17 anos e seu exército perpetua ataques contra palestinos", destacou a nota.

    Refletindo sobre a situação dramática vivida pelos palestinos, o comunicado lembra que desde o início de 2023, já foram mortos mais de 230 palestinos e mais de 5.200 estão presos. O cenário atual é descrito pelo Cebrapaz como uma consequência inevitável do longo histórico de opressão e injustiça enfrentados pelos palestinos.

    Para o Cebrapaz, a chave para a paz na região é a garantia do direito de estabelecimento do Estado Nacional da Palestina, livre e soberano. Concluindo sua nota, a entidade reafirma a legitimidade das ações de resistência palestina, responsabilizando Israel e seus aliados pela atual onda de violência e destruição. Leia abaixo o posicionamento na íntegra:

    É legítima a resistência contra a colonização da Palestina por Israel

    A resistência de um povo sob dominação estrangeira é legítima e merece a nossa solidariedade. Por isso, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) acompanha de perto a situação na Palestina desde que o Hamas decidiu lançar uma ofensiva da Faixa de Gaza contra Israel neste sábado, 7. Os combatentes conseguiram derrubar parte da cerca instalada por Israel para manter presas mais de dois milhões de pessoas num território densamente habitado e frequentemente devastado em sucessivas ofensivas israelenses, infiltrando o território israelense (ou escapando da prisão), além de lançarem mísseis contra cidades como Ashkelon e Tel Aviv. 

    No momento, a ofensiva está em andamento e Israel declarou guerra total contra os palestinos, ameaçando Gaza com consequências inimagináveis. Mais de 700 israelenses e 400 palestinos já foram mortos apenas nestes dois dias de guerra.

    A mídia internacional, como de costume, trata a ação palestina como terrorismo enquanto justifica quaisquer medidas tomadas por Israel como autodefesa. Israel expande as suas colônias em Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, mantém Gaza sob bloqueio total há 17 anos e o seu exército continua acobertando crescentes ataques de colonos contra os palestinos enquanto invade comunidades e campos de refugiados como o de Jenin, matando e ferindo. Desde o começo de 2023, o mais letal desde 2006, segundo a ONU, mais de 230 palestinos foram mortos e há mais de 5.200 presos, mais de 1.200 sem acusação formal ou julgamento, inclusive 170 crianças.

    Se o governo de Benjamin Netanyahu teve de instaurar um estado de emergência temporário para conter o avanço dos palestinos sobre o território, é preciso ressaltar que é neste estado que os palestinos vivem não só desde a criação do Estado de Israel em 1948 como desde o Mandato Britânico, no início do século 20, que possibilitou a implantação do sionismo na Palestina.

    Que haja surpresas quanto à histórica iniciativa é sinal apenas de que foram menosprezados os apelos dos palestinos e Israel sentiu-se empoderado e assegurado pelos seus aliados nos EUA e na União Europeia enquanto comete os crimes de guerra e crimes contra a humanidade em que sustenta o seu regime de apartheid e colonização da Palestina. 

    Enquanto reafirmamos a legitimidade das ações de resistência palestina, ressaltamos que o acúmulo de mortes, feridos e a destruição já atingindo dimensões recordistas, são inteiramente de responsabilidade de Israel e dos seus patrocinadores. A inação diante do sofrimento do povo palestino, que vive num constante estado de exceção e catástrofe, nos territórios ocupados, em Israel e nos campos de refugiados na vizinhança, só poderia culminar, mais cedo ou mais tarde, neste cenário. 

    A paz só poderá ser alcançada garantindo-se ao povo palestino o direito ao seu Estado Nacional da Palestina, independente e soberano.

    Direção Nacional do CEBRAPAZ

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