Em último debate, Trump volta a falar de "vírus chinês" e Biden exibe fracasso do presidente no combate à pandemia
No segundo e último debate antes da eleição americana, Donald Trump voltou a acusar a China de causadora da epidemia. Ele e Joe Biden mostraram visões antagônicas sobre os EUA e trocaram acusações sobre a honestidade um do outro. Trump buscou tirar o foco de seu mandato, enquanto Biden abordou de forma mais assertiva as questões sobre os negócios do republicano e tentou fazer da noite uma discussão sobre a gestão do atual presidente, que ele demonstrou ter fracassado
247 - O debate entre o candidato à reeleição Donald Trump e o democrata Joe Biden ocorreu sem interrupções frequentes ou fortes ataques pessoais. Trump voltou a atacar a China falando do vírus chinês como causa da pandemia. Em uma tentativa de evitar o que ocorreu no primeiro confronto entre os dois candidatos, o republicano e o democrata tiveram o microfone silenciado durante os dois minutos iniciais de cada resposta.
Biden manteve a calma diante das acusações contra sua família e buscou mostrar, ao longo do debate, as incoerências de Trump entre o que ele afirma hoje e declarações passadas. Trump em muitos momentos ficou na defensiva e teve uma participação mais moderada do que o habitual.
Os dois candidatos mostraram visões contrastantes nos temas debatidos na noite, como o acesso à saúde, políticas de imigração e meio ambiente. Ao falar sobre proteção ambiental, por exemplo, Biden afirmou que o país tem "obrigação moral de lidar com as mudanças climáticas". "Vamos passar o ponto de não retorno nos próximos oito ou dez anos", disse Biden. Já Trump afirmou que não vai "sacrificar empregos e empresas por causa do Acordo de Paris". No bloco sobre acesso à saúde, Biden prometeu ampliar o sistema conhecido como Obamacare. Já Trump disse que o rival tenta "socializar" o acesso à saúde, ao associar o opositor à esquerda do Partido Democrata.
O primeiro bloco do debate foi destinado a questões sobre coronavírus, uma fragilidade na campanha de Trump, que é mal avaliado pela população pelo fracasso da sua gestão durante a pandemia. Trump fez durante o debate promessas vagas sobre vacinação.
Biden voltou a acusar o presidente de não ter plano para combater a pandemia e, segurando uma máscara na mão, pediu aos americanos que usem a máscara de proteção. O democrata sugeriu que Trump não é confiável quando faz projeções sobre a vacina e repetiu que o presidente é "o mesmo cara que disse que isso acabaria logo".
O democrata afirmou que os americanos estão entrando em um "inverno sombrio", referindo-se à segunda onda da pandemia, o que Trump rebateu e voltou a culpar a China. "Não é minha culpa que (o vírus) chegou aqui. É culpa da China", disse.
Trump acusou o democrata de querer paralisar o país, ao determinar novamente o fechamento da economia. Questionado pela moderadora se pretendia impor novas quarentenas, Biden disse que é preciso estabelecer padrões para tomar decisão sobre distanciamento nos negócios. "Eu vou paralisar o vírus, não o país", disse.
No segundo bloco, em que foram discutidos os temas ligados à segurança nacional, Trump fez acusações à família de Biden surgiram. O republicano tentou colocar o republicano na defensiva, ao explorar acusações com base em supostos emails do filho do democrata, Hunter Biden. Trump citou uma série de acusações sem provas contra Biden e afirmou, por exemplo, que o democrata recebeu US$ 3,5 milhões da Rússia. "Eles te pagaram e provavelmente ainda estão (pagando)", disse o presidente. Biden refutou. E ao fazer também acusações a Trump, disse que "as forças estrangeiras estão te pagando muito. A China, a Rússia, e os seus hotéis em todo o mundo. Libere seu imposto de renda e pare de falar sobre corrupção", disse Biden.
O republicano citou novamente as acusações contra Hunter em outro bloco do debate, quando o tema era a questão racial quando se autoproclamou "pessoa menos racista nesta sala". Biden, que tenta mobilizar o comparecimento recorde de eleitores negros na eleição deste ano, prometeu resolver o racismo estrutural na sociedade.
O segundo debate foi a última chance de os candidatos apelarem aos poucos eleitores ainda indecisos. Menos de 10% dos americanos que vão votar ainda são considerados indecisos. Muitos eleitores já votaram antes do debate. No total, ao menos 46 milhões votaram pelo correio ou de maneira antecipada. A previsão inicial era que o republicano e o democrata tivessem três encontros presenciais, mas o debate agendado para a semana passada foi cancelado depois que Trump foi infectado por covid-19 e se recusou a participar de um evento virtual.
Informações de O Estado de S.Paulo
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