Entorno de Lula defende cooperação com EUA para investigar Bolsonaro e democratas pressionam Biden
Tanto conselheiros jurídicos de Lula quanto deputados estadunidenses defendem participação dos EUA na busca de provas do envolvimento de Bolsonaro nos atos terroristas em Brasília
247 - Conselheiros jurídicos do presidente Lula (PT) apoiam que o Brasil proponha uma cooperação internacional com autoridades competentes dos EUA para buscar provas do envolvimento de Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos nos atos terroristas e golpistas de Brasília ocorridos no domingo (8), informa a colunista Bela Megale do jornal O Globo.
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A presença do ex-presidente brasileiro na Flórida e do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres nos EUA quando os atos terroristas ocorreram seriam alguns dos elementos considerados suficientes para embasar o pedido de cooperação internacional. Torres é aliado próximo de Bolsonaro, tendo atuado como ministro da Justiça em seu governo - atualmente, o ex-secretário é alvo de um mandado de prisão no Brasil.
A reportagem também cita encontros de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com Donald Trump nos EUA após a derrota de Jair nas eleições de 2022. O jornal estadunidense "The Washington Post" informa que o filho do ex-presidente brasileiro foi aconselhado por estrategistas de Trump a contestar o resultado das urnas a fim de insuflar a chama golpista entre seus apoiadores.
Pressão local nos EUA contra Bolsonaro
Tal proposta de uma cooperação internacional para investigar o clã Bolsonaro nos EUA encontra eco, inclusive, entre deputados democratas do país norte-americano. De acordo com o portal Metrópoles, 46 congressistas estadunidenses enviaram uma carta ao presidente Joe Biden solicitando que ele acione o FBI e a polícia federal americana para apurar o envolvimento do ex-presidente brasileiro nos ataques terroristas a Brasília.
“O ataque ilegal e violento em 8 de janeiro contra as instituições do governo brasileiro foi construído sobre meses de invenções pré e pós-eleitorais do Sr. Bolsonaro e seus aliados, alegando que a eleição presidencial de 30 de outubro havia sido roubada”, diz um trecho do documento.
Além de exigir uma investigação, os democratas afirmam que o país não deve servir de refúgio para Bolsonaro e, inclusive, pedem a revogação do visto diplomático utilizado pelo ex-presidente brasileiro para entrar nos EUA: “o Sr. Bolsonaro voou para a Flórida antes do final de seu mandato (…) e estamos preocupados com os relatos de que ele atualmente reside em Orlando. Os EUA não devem dar abrigo a ele ou a qualquer autoritário que tenha inspirado tamanha violência contra as instituições democráticas. (…)”
“Segundo nosso entendimento, já que o Sr. Bolsonaro entrou nos Estados Unidos quando ainda era presidente do Brasil, ele pode ter feito isso com um visto A-1, que é reservado para indivíduos em visitas diplomáticas ou oficiais. Como ele não é mais o Presidente do Brasil e tampouco exerce atualmente o cargo de oficial brasileiro, solicitamos que reavalie sua situação no país para verificar se há base legal para sua estada e revogue qualquer visto diplomático que ele possa possuir”, acrescenta a carta.
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