Erdogan pede que Israel seja pressionado por mais auxílio humanitário para a Faixa de Gaza

ANCARA (Reuters) - O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, pediu nesta terça-feira que haja mais pressão internacional sobre Israel para que garanta uma ampliação do auxílio humanitário a Gaza e disse que Ancara vai intensificar seu apoio durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã.

A Turquia, que tem criticado duramente Israel por sua ofensiva militar em Gaza e apoiou medidas para que a liderança israelense fosse julgada por genocídio na Corte Internacional de Justiça, defendeu diversas vezes um cessar-fogo e enviou mais de 40.000 toneladas de auxílio humanitário via Egito.

Em um jantar para quebrar o jejum durante o Ramadã com embaixadores estrangeiros em Ancara, Erdogan criticou países ocidentais por apoiarem Israel, dizendo que eles, com sua "postura indecisa", deram ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a oportunidade de conduzir "ataques selvagens" ao enclave.

"Não importa o que a liderança israelense faça, ela não pode esconder a realidade de que é um (governo) assassino, cruel, criminoso, mentiroso e fascista", disse Erdogan, acrescentando que pedidos de calma não têm sentido enquanto o apoio a Israel continuar.

"Todos nós sabemos muito bem que, enquanto os ataques e o sítio a Gaza continuarem, a quantidade de auxílio não é suficiente. A necessidade mais urgente é que a quantidade de caminhões passando pelo portão de Rafah seja ampliada. Claro, é preciso colocar pressão sobre Israel para que isso aconteça", acrescentou, referindo-se ao cruzamento na fronteira do Egito com Gaza.

Israel afirma que não é culpado pela fome em Gaza porque tem permitido a entrada de auxílio por duas passagens na extremidade sul do território. Agências de ajuda humanitária afirmam que isso não é suficiente para fazer chegar os suprimentos necessários, em especial à parte norte do enclave, que está efetivamente isolada.

(Reportagem de Tuvan Gumrukcu)