Ex-diplomata do governo Obama faz ameaças e ataques islamofóbicos e diz que 'mais crianças palestinas deveriam morrer' (vídeo)

247 - Um ex-alto funcionário do governo dos Estados Unidos, Stuart Seldowitz, foi filmado assediando um vendedor de alimentos halal em Manhattan. Seldowitz, que já ocupou o cargo de vice-diretor do Escritório de Israel e Assuntos Palestinos do Departamento de Estado no governo Barack Obama, foi flagrado provocando e ameaçando o vendedor durante uma discussão aparentemente relacionada ao conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas. Em um dos vídeos que viralizou nas redes sociais, Seldowitz diz que mais crianças palestinas deveriam morrer. “Se matamos  4 mil crianças palestinas, não foi suficiente”, afirma ele.

O vendedor, que não fala inglês fluentemente, é visto pedindo repetidamente para Seldowitz se retirar. Este, por sua vez, critica a dificuldade de linguagem do vendedor, classificando-o como "ignorante", e ameaça utilizar suas conexões no governo para deportar o homem e envolver a polícia secreta do Egito. 

“Você deveria aprender inglês, isso vai te ajudar quando eles te deportarem de volta para o Egito e o Mukhabarat quiser entrevistá-lo”, diz o ex-diplomata. “O Mukhabarat no Egito vai pegar seus pais. Seu pai gosta das unhas? Eles vão acabar com eles um por um”, ameaça Seldowitz. Ele também fez ofensas ao profeta Maomé. 

Segundo a  rede árabe Al Jazeera, Seldowitz admitiu em entrevista ao The New York Times que se deixou levar pela irritação e proferiu palavras das quais provavelmente se arrepende. Ele alegou que ficou irritado com o vendedor após este expressar simpatia pelo grupo palestino Hamas, embora tal menção não seja evidenciada no vídeo.

“Fiquei bastante chateado e disse coisas a ele que, em retrospecto, provavelmente me arrependo”, disse Seldowitz ao jornal. “Em vez de me concentrar nele e no que ele disse, passei a insultar sua religião e assim por diante”, lamentou. 

A Gotham Government Relations, empresa de lobby de Nova York onde Seldowitz ocupava o cargo de presidente de relações exteriores, anunciou que cortou todos os laços com o ex-diplomata, que também teve seu perfil aparentemente removido do site da empresa. O CEO da empresa, David Schwartz, condenou veementemente a linguagem "vil" de Seldowitz e ofereceu representação legal gratuita ao vendedor de alimentos.