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Extrema-direita francesa avança nas eleições parlamentares

Apoiadores do derrotado presidente Emmanuel Macron afirmam que crescimento da extrema-direita é um "choque democrático"

Marine Le Pen, French far-right National Rally (Rassemblement National) party candidate, votes in the second round of the French parliamentary elections, at a polling station in Henin-Beaumont, France, June 19, 2022. REUTERS/Johanna Geron (Foto: JOHANNA GERON/Reuters)

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Reuters - A extrema-direita da França obteve um sucesso histórico nas eleições legislativas neste domingo (19), aumentando seu número de parlamentares quase dez vezes e consolidando a ascensão do partido de um status marginal para a maior força na oposição.

Desde que assumiu o comando do partido em 2011, a líder Marine Le Pen tem procurado livrar a Frente Nacional - agora chamada de Reunião Nacional (RN) - da imagem antissemita que adquiriu sob a liderança de quase 40 anos de seu pai, Jean-Marie Le Pen.

Assegurando 42% nas eleições presidenciais de abril, Le Pen já havia aproveitado o desencanto geral com o presidente Emmanuel Macron e identificado a raiva em todo o país com o aumento do custo de vida e o declínio de muitas comunidades rurais. 

No domingo, ela deu um passo adiante. Seu partido ganhou 89 cadeiras, contra apenas dois em 2012 e oito em 2017, o que pode torná-lo o que o torna a terceira força no parlamento. 

"Conseguimos nossos três objetivos: fazer de Emmanuel Macron um presidente minoritário, sem controle do poder e buscar a recomposição política essencial para a renovação democrática", disse Le Pen triunfante a repórteres após ser reeleita no norte da França e prometer ser uma oposição respeitosa.

"E de formar um grupo de oposição decisivo contra os desconstrutores de cima, os macronistas, e de baixo, os Nupes ", acrescentou referindo-se à aliança de esquerda, que  se torna o maior bloco de oposição no parlamento, mas cuja principal partido, La France Insoumise, deve ganhar menos assentos do que o RN. 

O resultado de domingo matou a chamada "frente republicana" de eleitores de todos os matizes que se uniram a um candidato dominante para impedir o progresso da extrema-direita. 

Também justificou a estratégia de Le Pen de reformular a imagem do partido, ao mesmo tempo em que se recusou a unir forças com o outro político nacionalista de extrema direita Eric Zemmour.   

Embora em termos de assentos o partido de Le Pen esteja atrás do grupo de esquerda, isso permitirá que o RN tenha muito mais peso no parlamento. 

Poderá, por exemplo, apresentar votos de desconfiança contra o governo, enviar projetos de lei aos principais tribunais constitucionais da França, liderar comissões parlamentares e ter muito mais tempo de uso da palavra na Assembleia Nacional.

"Estamos enfrentando um choque democrático por causa de uma ruptura muito forte do partido Reunião Nacional", disse o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, à televisão France 2.

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