Kim Jong Un planeja encontro com Putin para estreitar laços militares com a Rússia
Líder norte-coreano viajará à Rússia para discutir cooperação militar e possíveis acordos de armamentos em meio à crescente relação com Moscou
Reuters - O líder da República Popular Democrática da Coreia, Kim Jong Un, anunciou nesta segunda-feira (4), planos de viajar à Rússia ainda este mês, onde se encontrará com o presidente Vladimir Putin. O objetivo do encontro é discutir a possibilidade de fornecer armamentos à Rússia. Essa iniciativa surge em meio aos esforços da Rússia para fortalecer os laços militares com a Coreia do Norte.
Nessa rara viagem ao exterior, Kim partirá de Pyongyang, possivelmente em um trem blindado, em direção a Vladivostok, cidade costeira do Pacífico russo, onde se reunirá com Putin. Essa notícia foi divulgada pelo New York Times, citando fontes dos Estados Unidos e de países aliados.
Durante o encontro em Vladivostok, os dois líderes discutirão a possibilidade de Kim fornecer à Rússia projéteis de artilharia e mísseis antitanque em troca da tecnologia avançada de Moscou para satélites e submarinos nucleares, de acordo com o jornal.
Essa movimentação ocorre em um momento em que os Estados Unidos expressaram preocupações sobre o crescente fortalecimento das relações militares entre Rússia e Coreia do Norte. A notícia da visita planejada de Kim surge após a Rússia anunciar a discussão de exercícios militares conjuntos com a Coreia do Norte.
O Ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, comentou sobre a iniciativa: "Por que não? Eles são nossos vizinhos. Há um antigo ditado russo: você não escolhe seus vizinhos e é melhor conviver com eles em paz e harmonia." Ele também afirmou que a possibilidade de exercícios conjuntos entre os dois países está sendo discutida.
Relatos da agência de notícias sul-coreana Yonhap sugerem que Shoigu, que visitou Pyongyang em julho, propôs a Kim a realização de um exercício naval envolvendo também a China.
O Kremlin anunciou recentemente sua intenção de aprofundar as "relações mutuamente respeitosas" com a Coreia do Norte.
Embora não esteja confirmado, o New York Times relatou que Kim poderia visitar Moscou durante a viagem.
Sobre a visita de Shoigu à Coreia do Norte, relatórios da Agência Nacional de Inteligência da Coreia do Sul sugerem que ele pode ter realizado uma reunião privada com Kim.
No entanto, o embaixador russo na Coreia do Norte, Alexander Matsegora, afirmou que não tinha conhecimento de planos para a participação da Coreia do Norte em exercícios militares trilaterais com a China e a Rússia, mas considerou apropriado diante dos exercícios liderados pelos EUA na região.
Os Estados Unidos expressaram preocupação com as negociações de armamentos entre Rússia e Coreia do Norte e relataram que Shoigu tentou convencer Pyongyang a vender munições de artilharia para a Rússia.
Apesar de recentes chamados por uma maior cooperação militar, a Coreia do Norte negou qualquer envolvimento em "negócios de armas" com a Rússia. Os Estados Unidos impuseram recentemente sanções a três entidades acusadas de estarem envolvidas em acordos de armamentos entre a Coreia do Norte e a Rússia.
A Coreia do Norte realizou seis testes nucleares desde 2006 e testou diversos mísseis nos últimos anos, embora raramente realize exercícios militares com seus vizinhos. Os Estados Unidos e seu aliado, a Coreia do Sul, realizam regularmente exercícios militares, que a Coreia do Norte denuncia como preparativos para uma guerra contra o país.
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