"O silêncio dos que se acovardaram diante de Hitler não é o de Lula hoje diante do holocausto palestino", diz a Fepal
“Lula tem razão e o mundo o apoia em sua denúncia do genocídio palestino", defende a Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL)
247 - O presidente Lula provocou uma onda de apoio ao comparar o genocídio palestino com os horrores do holocausto euro-judeu e as políticas da Alemanha nazista na Europa. As declarações corajosas do presidente do Brasil encontraram eco na Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), que ressaltou a importância de sua postura em um momento crucial para a causa palestina.
Em nota, a Fepal destacou que a atitude de Lula não apenas traz à tona a tragédia humanitária enfrentada pelos palestinos, mas também ressalta a natureza genocida, colonial e supremacista do sionismo, comparável às práticas nazistas condenadas pela história. O apoio internacional às declarações de Lula evidencia o isolamento de Israel e a pressão sobre o governo de Netanyahu em meio aos recentes acontecimentos em Gaza.
Os números apresentados pela FEPAL são chocantes: em 135 dias de genocídio, mais de 37 mil palestinos foram mortos, representando uma proporção alarmante da população de Gaza. As comparações estatísticas colocam em perspectiva a magnitude do sofrimento, equiparando-o a uma escala de extermínio sem precedentes na história moderna.
Leia a nota na íntegra:
O presidente Lula logrou êxito ao comparar o genocídio palestino com o holocausto euro-judeu e as políticas da Alemanha nazista na Europa. Nós da FEPAL agradecemos o gesto corajoso de Lula, que em sua ação lava a alma dos palestinos e daqueles que ainda tem alguma humanidade e decência de reconhecer a magnitude da tragédia humanitária que vivemos neste momento.
E tem implicações internacionais importantíssimas.
O sionismo é uma ideologia genocida, colonial, supremacista e que impetra um apartheid sobre os palestinos. Suas táticas são tão violentas quanto as práticas nazistas e segue à risca a cartilha das ideologias supremacistas que o mundo conhece e condena. Lula, nesse sentido, ao compreender a magnitude da tragédia que Gaza vive hoje, relaciona ao infeliz acontecimento do holocausto.
Portanto, nos debruçamos à tal comparação para trazer em números uma triste realidade: o genocídio que “israel” faz na Palestina não tem precedente histórico. Basta ver os números.
Em 135 dias de genocídio (18/02/2024) na Palestina:
– Mortos: 29.398 e 8 mil corpos desaparecidos sob escombros. Total: 37.398 palestinos assassinados. Isso representa 1,68% da população de Gaza.
Aplicada porcentagem equivalente:
Em 135 dias, no mundo seriam 136 milhões de mortos em 135 dias; Na Europa, 12,6 milhões; No Brasil, cerca de 3,4 milhões de assassinados.
Nessa escala de extermínio, em 6 anos, duração da Segunda Guerra Mundial, seriam:
– 2,3 bilhões de mortos no mundo. – 214 milhões de mortos na Europa, 3 vezes mais que na Segunda Guerra Mundial.
– 58,5 milhões de mortos no Brasil.
Falando apenas de crianças, “israel” mata, proporcionalmente, no mínimo 236 vezes mais crianças que a Segunda Guerra Mundial.
Se os números não te bastam, puxe na memória os horrores que viu em Gaza. “israel” mata em escala industrial. Uma população miserável, indefesa e composta por 73% de refugiados da Nakba entre 1947 e 1951. Factualmente, não há precedente histórico para tamanho horror. A comparação de Lula é óbvia para quem tem o mínimo de honestidade intelectual. O genocídio palestino é, factualmente, igual ou pior que holocausto euro-judaico.
No entanto, a grandeza de Lula não está só na coragem de dizer o óbvio, mas também no “timining“! “israel” está prestes a invadir Rafah, extremo sul de Gaza e que abriga mais de 1,5 milhões de palestinos em tendas. Ao mesmo tempo, o maior campo de refugiados da história, um campo de concentração gigantesco e em vias de se tornar o maior campo de extermínio já visto. Nesse contexto, Lula joga os holofotes e muita pressão internacional em Netanyahu em um momento-chave da história e do genocídio palestino, o primeiro televisionado, testemunhado por bilhões de pessoas nas telas de TV, computadores e celulares, páginas de jornais e revistas, na locução de rádios, púlpitos e praças públicas.
A falta de condenação internacional, principalmente dos aliados ocidentais de Netanyahu, às declarações de Lula, escancaram o isolamento internacional de “israel” e dão ao presidente brasileiro apoio, no mínimo, tácito.
Em última instância, o gesto de Lula pode ter freado – ou ao menos retardado – a invasão a Rafah. Isso é gigantesco.
A Causa Palestina é hoje o epicentro da luta anticolonial no mundo. Lula reafirma sua posição como liderança do Sul-Global e desafia o Norte-Imperial e cada vez menos global na licença concedida por este ao genocídio que “israel” promove na Palestina.
Lula pode e deve ir além: romper laços diplomáticos, suspender acordos de cooperação e liderar o Sul Global em uma campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções a “israel”. Sob o bastião de Lula, o Brasil e o Sul Global podem fazer cessar o genocídio palestino. Lula e o Brasil têm prestígio, relevância e força internacional para isso.
Podemos imaginar que se houvesse ao menos um Lula nos idos de 1939, talvez a Alemanha nazista tivesse sido parada muito antes e seus crimes, incluindo o holocausto euro-judaico não tivesse acontecido. O silêncio dos que se acovardaram diante de Hitler não é o de Lula hoje diante do holocausto palestino.
Lula tem razão. O genocídio palestino é perfeitamente comparável ao holocausto euro-judaico e deve cessar imediatamente.
Palestina livre do apartheid a partir do Brasil, dia 19 de fevereiro de 2024.
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