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    Depois de Merkel, Macron isola Bolsonaro ainda mais

    O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que não assinará acordo comercial com o Brasil caso Jair Bolsonaro saia do acordo climático de Paris, ameaçando colocar em risco negociações comerciais entre UE e Mercosul; a chanceler alemã, Angela Merkel, declarou que a situação do Brasil é "dramática" sob o governo Bolsonaro

    (Foto: Reuters)

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    247, com Reuters - O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou nesta quinta-feira que não assinará nenhum acordo comercial com o Brasil caso o presidente Jair Bolsonaro saia do acordo climático de Paris, ameaçando colocar em risco os trabalhos de negociações comerciais entre UE e Mercosul. A chanceler alemã, Angela Merkel, também havia dito, nesta quarta-feira (26), que deseja conversar com Bolsonaro sobre o desmatamento no Brasil. Ela se disse preocupada com o posicionamento dele sobre o meio ambiente.

    As jornalistas no Japão, antes da reunião do G20, Macron afirmou que, “se o Brasil deixar o acordo de Paris, até onde nos diz respeito, não poderemos assinar o acordo comercial com eles”. 

    “Por uma simples razão. Estamos pedindo que nossos produtores parem de usar pesticidas, estamos pedindo que nossas companhias produzam menos carbono, e isso tem um custo de competitividade”, disse ele. “Então não vamos dizer de um dia para o outro que deixaremos entrar bens de países que não respeitam nada disso”, acrescentou.

    O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas divulgou, nesta terça-feira 25, um documento sobre o impacto das mudanças climáticas na faixa mais pobre da população mundial. O relator especial Philip Alston chamou Bolsonaro de  “fracasso”. “No Brasil, o presidente Bolsonaro prometeu abrir a Floresta Amazônica para a mineração, acabar com a demarcação de terras indígenas e enfraquecer as agências e proteção ambientais”, citou o americano.

    As negociações da UE com o grupo do Mercosul, que abarca Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o quarto maior bloco comercial do mundo, se intensificaram, com Bolsonaro dizendo este mês que um acordo poderia ser assinado “logo”, enquanto a UE o chamou de “prioridade número um”.

    No entanto, a irritação da União Europeia em relação ao aumento de importações de carne e a hesitação do Mercosul sobre abertura de alguns setores industriais, como o automotivo, fizeram prazos anteriores para um acordo serem descumpridos. Se um acordo estiver perto, está além do alcance.

    A França em particular está preocupada com o impacto sobre sua vasta indústria de agricultura de importações sul-americanas, que não teriam que respeitar as estritas regulações de meio ambiente da UE.

    O país europeu votou contra a abertura de negociações comerciais entre a UE e os Estados Unidos por conta da decisão de Washington de deixar o acordo climático de Paris.

    No entanto, a medida francesa não bloqueou a abertura de negociações comerciais porque a maioria necessária de membros da UE a apoiou. Não está claro se a França seria capaz de levar outros países do bloco a votarem contra o acordo do Mercosul.

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