Partidos pró-UE da Romênia concordam em formar ampla coalizão para barrar candidato pró-Rússia
Contudo, coalizão frágil deve encontrar dificuldades para concordar com medidas necessárias para reduzir o maior déficit orçamentário da UE
(Reuters) – Os partidos pró-europeus da Romênia firmaram na noite de terça-feira um compromisso para formar uma maioria governante que isole a extrema direita e potencialmente endosse um único candidato para a repetição da eleição presidencial anulada do país.
Os governistas social-democratas de esquerda conquistaram o maior número de assentos na eleição parlamentar de 1º de dezembro, que também viu três grupos ultranacionalistas e de extrema direita, alguns com simpatias abertamente pró-Rússia, obterem mais de um terço das cadeiras.
A votação parlamentar ocorreu entre os dois turnos da eleição presidencial, que teve como surpresa o surgimento do crítico da OTAN e candidato de extrema direita Calin Georgescu como favorito inesperado.
Isso gerou acusações de interferência russa antes de a principal corte do país anular a eleição presidencial na sexta-feira, determinando que todo o processo seja repetido.
O novo governo, em um país membro da União Europeia e da OTAN, precisará definir um novo calendário para a eleição presidencial, provavelmente no início de 2025.
O presidente em fim de mandato, Klaus Iohannis, que permanecerá no cargo até a posse de um novo presidente, indicará um primeiro-ministro. O mandato legislativo atual termina em 21 de dezembro.
Na segunda-feira, os Social-Democratas, seus parceiros de coalizão de centro-direita, os Liberais, o partido de oposição centrista União Salve a Romênia e o partido da minoria húngara concordaram em formar rapidamente um governo pró-europeu.
"Nos próximos dias, os quatro partidos e representantes de minorias nacionais trabalharão em um programa de governo comum baseado no desenvolvimento e em reformas que considerem as prioridades dos cidadãos romenos", afirmou um comunicado conjunto.
Analistas esperam que os quatro partidos, que frequentemente divergem em questões políticas, enfrentem dificuldades para concordar com medidas necessárias para reduzir o maior déficit orçamentário da UE, equivalente a 8% do PIB.
Analistas, agências de classificação de risco e a União Europeia apontam que aumentos de impostos são necessários, o que deve enfraquecer ainda mais o apoio popular aos partidos.
Os partidos também declararam que consideram apoiar um único candidato pró-europeu na eleição presidencial, para aumentar suas chances contra a onda de apoio aos ultranacionalistas.
Ainda não está claro se Georgescu poderá concorrer novamente, já que sua campanha está sob investigação de promotores.
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