Pelo menos 87 membros de minoria étnica são encontrados em vala comum no Sudão

(Sputnik) - Pelo menos 87 membros do grupo étnico Masalit, incluindo mulheres e crianças, foram supostamente mortos no mês passado pelo grupo paramilitar sudanês Forças de Apoio Rápido (RSF) e enterrados em uma vala comum no estado de Darfur Ocidental, informou a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas nesta quinta-feira (13)

"Os corpos de pelo menos 87 membros do grupo étnico Masalit e outros supostamente mortos no mês passado pelas Forças de Apoio Rápido e suas milícias aliadas em Darfur Ocidental foram enterrados em uma vala comum fora da capital regional, El-Geneina, por ordem das Forças de Apoio Rápido", afirmou a comissão em comunicado.

O comunicado da ONU também informou que as vítimas incluíam sete mulheres e sete crianças. "Condeno veementemente o assassinato de civis e de indivíduos hors de combat [soldados que não podem lutar devido a ferimentos], e estou ainda mais chocado com a maneira insensível e desrespeitosa como os mortos, juntamente com suas famílias e comunidades, foram tratados", afirmou o Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Tuerk, conforme citado no comunicado. Ele também pediu a investigação mais rápida possível dos assassinatos e ressaltou que os responsáveis devem ser levados à justiça.

Na terça-feira, o Ministério da Saúde do Estado de Cartum, no Sudão, informou que pelo menos 34 pessoas foram mortas em um bombardeio a um mercado na cidade sudanesa de Omdurman.

Em meados de abril, violentos confrontos eclodiram entre o exército regular sudanês e as RSF, com epicentro na capital, Cartum. Desde então, as partes introduziram uma série de cessar-fogos temporários em todo o país, mas o conflito ainda não foi resolvido. Centenas de pessoas foram mortas e quase 3 milhões foram deslocadas pelo conflito contínuo no Sudão, dos quais quase 700.000 deixaram o país, de acordo com as Nações Unidas.