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    Submisso, Brasil apoia EUA em disputa com China por cargo internacional e é preterido

    O governo de Jair Bolsonaro, submisso aos EUA, decidiu apoiar num organismo internacional um candidato defendido pelo governo Trump e abrir mão de apoiar um nome brasileiro. O jornalista Jamil Chade relata o caso que foi um "fiasco político e diplomático" para o país

    Jair Bolsonaro e Donald Trump (Foto: Alan Santos - PR)

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    247 - Por submissão aos EUA, o Brasil abriu mão de disputar um importante cargo internacional em favor de um candidato indicado pelo governo Trump. O resultado, segundo o jornalista Jamil Cade, foi um fiasco político e diplomático para o país. 

    "O centro do debate era a sucessão na direção da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, um palco privilegiado na questão de acesso a remédios, tecnologia e inovação, e um local tradicional da disputa entre países emergentes e ricos sobre patentes", relata o jornalista

    "No início do ano, a entidade passou por eleições. O brasileiro José Graça Aranha, ex-presidente do INPI, mobilizou seus contatos para se apresentar como candidato. Anos antes, ele também concorria ao cargo e perdeu por apenas um voto de diferença para o australiano Francis Gurry. Em 2020, o brasileiro reuniu recomendações de todos os principais partidos políticos nacionais e foi sugerido inclusive pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Deputados. Mas Itamaraty não concedeu a Graça Aranha nenhum momento na agenda do chanceler Ernesto Araújo para um encontro".

    "Diante do bloqueio no Itamaraty, o brasileiro com ampla circulação internacional escreveu diretamente ao presidente Jair Bolsonaro, indicando que iria se apresentar para o cargo internacional". 

    "Brasília, porém, daria outra instrução aos seus diplomatas em Genebra. O voto brasileiro na eleição deveria ir para o candidato de Cingapura, Daren Tang. Ele era o preferido do governo americano de Donald Trump".

    “O Brasil seguiu a orientação da Casa Branca e apoiou Tang. O asiático acabou ganhando, superando um candidato apoiado por Pequim. Mas, nos bastidores, a esperança era de que o novo diretor asiático retribuiria o apoio do Itamaraty oferecendo um cargo na direção a um brasileiro, mas isso não aconteceu. Para os oito cargos na cúpula, um total de 49 nomes foram indicados por diferentes governos. Mas, no lugar de escolher um brasileiro, Tang anunciou que nomearia o colombiano Marco Aleman para o posto de diretor-geral assistente. A gestão ainda será composta por uma americana, uma francesa e um chinês".

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