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Ucrânia vai restabelecer embaixador no Brasil, mas país se mostra cético sobre paz com a Rússia

Celso Amorim entregou uma carta ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em que Lula se coloca à disposição para buscar um caminho para o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia

Celso Amorim e Zelensky (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil | REUTERS/Aleksandra Szmigiel)

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247 - A conversa entre o diplomata Celso Amorim, assessor especial para política externa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, resultou no fato concreto da Ucrânia voltar a ter um embaixador no Brasil, “mas o país é cético sobre a vontade política do russo Vladimir Putin de restabelecer canais de diálogo para tentar encontrar uma saída pacífica para a guerra”, diz o jornalista Jamil Chade, em sua coluna no UOL. 

“Durante a visita, Amorim entregou uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual o brasileiro insiste em colocar o Brasil à disposição para buscar um caminho para frear o conflito armado que ameaça a segurança internacional”, destaca Chade.

Ainda segundo ele, “nas conversas nesta semana, os ucranianos destacaram que a proposta brasileira era bem-vinda. Mas se mostraram céticos sobre a real disposição do governo Putin em um engajamento real para encontrar uma saída. Ao embaixador Amorim, os ucranianos alertaram que o Kremlin não teria um interesse pela paz e que não negociariam em boa fé. Amorim havia escutado um argumento semelhante da parte de Putin, quando esteve em Moscou em abril. Os russos alegaram que eram os ucranianos quem não queriam a paz”.

A reportagem ressalta, ainda, que “durante o encontro, Amorim ainda comunicou ao presidente ucraniano que o governo brasileiro estava dando o sinal verde para o nome proposto por Kiev para o envio de um novo embaixador ao Brasil. Os ucranianos estavam sem embaixador no país desde 2021 e a relação entre os dois países era feita apenas por um encarregado de negócios. Em termos diplomáticos, isso era um sinal de um distanciamento. Agora, quem ocupará a embaixada ucraniana em Brasília será Andrij Melnyk, o atual vice-ministro de Relações Exteriores”. 

“Entre os temas destacados, Kiev quer voltar a manter uma cooperação com o Brasil em temas como armamento e retomar a relação com a América Latina, abandonada pelos ucranianos nos últimos anos. Durante a reunião, Kiev fez uma espécie de mea culpa, admitindo que sua diplomacia abandonou a relação com os países latino-americanos”, acrescenta o jornalista.

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