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União Europeia considera ataques de Israel a tropas da ONU “completamente inaceitáveis”

"O trabalho da UNIFIL é muito importante. É completamente inaceitável atacar as tropas das Nações Unidas", disse o chefe da política externa da UE

Chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell 15/4/2024 (Foto: REUTERS/Sarah Meyssonnier)

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247 - A União Europeia expressou forte condenação aos recentes ataques de Israel contra as forças de manutenção de paz da ONU no Líbano, a UNIFIL, que resultaram em ferimentos a pelo menos 15 soldados, informa a Euronews. O chefe da política externa da UE, Josep Borrell, declarou que essas ações são "completamente inaceitáveis", ressaltando a importância da missão internacional, composta por 10 mil soldados de 50 países, incluindo 16 membros da União Europeia.

Borrell, em uma coletiva antes da reunião de ministros de Relações Exteriores no Luxemburgo, destacou que a UNIFIL, criada em 1978 pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, tem um papel essencial na manutenção da paz e segurança no sul do Líbano, na fronteira com Israel. "O trabalho da UNIFIL é muito importante. É completamente inaceitável atacar as tropas das Nações Unidas", declarou Borrell.

No fim de semana, a UNIFIL acusou as Forças de Defesa de Israel de terem forçado a entrada em uma de suas bases, destruindo o portão principal. O ataque aconteceu em meio à invasão terrestre de Israel no sul do Líbano, onde o país enfrenta o Hezbollah, apoiado pelo Irã. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, justificou a ação alegando que a missão da ONU estaria "fornecendo escudos humanos aos terroristas do Hezbollah" e pediu a retirada das tropas da UNIFIL da região.

Em resposta, Borrell criticou as declarações de Netanyahu, sublinhando que a permanência da missão não é uma decisão do secretário-geral da ONU, António Guterres, mas sim do Conselho de Segurança das Nações Unidas. "Parem de culpar o secretário Guterres, porque é o Conselho de Segurança que toma este tipo de decisões, não ele pessoalmente", afirmou Borrell, defendendo a legitimidade da missão no Líbano.

A postura de Borrell foi amplamente apoiada por outros ministros de Relações Exteriores da UE. Caspar Veldkamp, dos Países Baixos, chamou os ataques de "inaceitáveis" e disse ter contatado o ministro israelense, Israel Katz, para expressar seu descontentamento. "Isso tem de acabar", disse Veldkamp, ecoando o sentimento de urgência em resolver a situação.

O ministro espanhol José Manuel Albares reforçou a importância do papel da UNIFIL em tempos de guerra e declarou que qualquer ataque à missão viola o direito internacional. "O Líbano é um Estado soberano que toma suas próprias decisões", afirmou, sublinhando o compromisso da Espanha com a missão de paz.

Jean-Noël Barrot, da França, pediu o fim das hostilidades, afirmando que "a segurança de Israel não pode ser garantida apenas pelo uso da força". Ele defendeu que o diálogo e a negociação devem prevalecer tanto em Gaza quanto no Líbano. Essa visão foi compartilhada por Alexander Schallenberg, da Áustria, um dos países que tradicionalmente apoia Israel, mas que também classificou os ataques à UNIFIL como "simplesmente inaceitáveis".

A resposta europeia unânime deixou claro que a missão da UNIFIL continuará ativa, com Schallenberg afirmando: "Eles não vão se retirar. Sim, vão continuar a cumprir o mandato. E sim, exigimos a todas as partes que respeitem a segurança dos nossos capacetes azuis".

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