A semana de Eduardo Campos
O governador pernambucano ganhou uma marca, a de melhor governador do País, que o empurra de vez para a disputa presidencial de 2014
No momento em que praticamente todos os políticos estão colhendo os frutos – ou melhor, as pedras – da insatisfação popular, um deles escapou ileso. O pernambucano Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, que já havido sido reeleito com 82,8% dos votos em 2010 (a maior margem naquela disputa), foi apontado pela pesquisa CNI/Ibope como o melhor governador do Brasil, aos olhos do povo a quem governa. Hoje, 58% dos pernambucanos apontam sua administração como ótima ou boa, o que não é pouco, quando se percebe que outros nomes também reeleitos com facilidade caíram abruptamente – o destaque maior é de Sergio Cabral, do PMDB, que foi a apenas 12%, no Rio de Janeiro. No plano presidencial, Dilma Rousseff caiu de 55% a 31%.
Objetivamente, a pesquisa CNI/Ibope deu a Eduardo Campos uma marca importante: a de "melhor governador do Brasil", que o empurra definitivamente para o jogo presidencial de 2014. Se até recentemente havia dúvidas sobre se ele conseguiria ou não sustentar sua candidatura até lá, na semana que passou elas foram completamente dissipadas. Campos tem uma marca que poderá ser bem trabalhada e uma ambição política que não permitirá a ele se contentar com candidaturas menores ou mesmo com uma vaga de vice numa nova composição com o PT, seja com Dilma, seja com Lula – hipótese esta que também parece cada vez mais remota.
Antes mesmo que a pesquisa fosse divulgada, o pernambucano agiu concretamente como presidenciável. Afastou do comando do PSB em Minas Gerais o político Walfrido dos Mares Guia, que consegue ser ao mesmo tempo aecista e dilmista, e impôs ao diretório regional o nome do deputado Júlio Delgado (PSB/MG), um de seus fiéis escudeiros. Além disso, praticamente determinou a candidatura de Marcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte, ao governo de Minas, para que tenha um palanque forte no segundo maior colégio eleitoral do País. Detalhe: Lacerda foi reeleito prefeito com apoio decisivo de Aécio, e não de Campos, que, em 2012, poderia sacrificá-lo numa composição com o PT.
No plano das coligações, ele também se aproximou fortemente do PDT. Ao que consta, ofereceu a vice, na sua chapa, ao ex-senador paranaense Osmar Dias e também prometeu apoio do PSB a candidatos do PDT em diversas disputas regionais, como no Mato Grosso, com o senador Pedro Taques (PDT/MT), no Distrito Federal, com o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT/DF), em Alagoas, com Ronaldo Lessa, e no Amazonas, com Amazonino Mendes.
O movimento mais importante de Campos, no entanto, foi uma declaração recente relacionada à eventual substituição de Dilma por Lula. Segundo o governador pernambucano, o "Volta, Lula" seria um "atestado de incompetência", fechando a torneira de boatos sobre sua eventual participação numa eventual conspiração pelo retorno do ex-presidente.
De agora, em diante, o que deve vir do PSB são posições cada vez mais parecidas com a do governador Ricardo Coutinho, da Paraíba, que sempre se colocou favorável à candidatura Campos, e menos com as dos irmãos Gomes, no Ceará, que sabotam esse projeto, ou daqueles, como Renato Casagrande, no Espírito Santo, que ficam em cima do muro. O próximo passo do candidatíssimo Eduardo é a arrumação interna no PSB. Em seguida, a construção da campanha.
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