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    Após ameaças de Arthur Lira, Haddad afirma que "vai dar tudo certo"

    Ministro da Fazenda confirmou cancelamento de reunião com líderes da Câmara

    Arthur Lira e Fernando Haddad (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)

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    Por Fábio Matos (InfoMoney) - Um dia depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ter subido o tom contra o governo federal em pronunciamento na abertura dos trabalhos legislativos deste ano, a reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e líderes partidários da Casa foi cancelada.

    O encontro estava previsto para a tarde desta terça-feira (6), às 16h30, mas não irá mais ocorrer. A confirmação foi dada pelo próprio Haddad, em rápida conversa com jornalistas.

    “O [José] Guimarães [PT-CE, líder do governo na Câmara] entrou em contato com a chefia do gabinete e pediu para transferir para outro dia. Não fui eu que cancelei. O líder do governo é quem me ligou pedindo para adiar”, afirmou Haddad.

    Ainda na tarde desta terça, o ministro da Fazenda se reunirá com líderes do Senado. Até o momento, este compromisso está mantido.

    Na segunda-feira (5), em discurso no Congresso Nacional, Arthur Lira deixou clara sua insatisfação com o governo federal e mirou, especialmente, na articulação política – que hoje está sob comando do ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Alexandre Padilha (PT-SP). Há uma forte reação parlamentar à medida provisória da reoneração (MPV 1202/2023).

    Questionado sobre o tom duro da fala de Lira na véspera, Haddad minimizou: “Tudo bem. Vai dar tudo certo”, limitou-se a dizer o ministro.

    “A política precisa ajudar” - Mais cedo, em São Paulo, Haddad participou de um evento promovido pelo BTG Pactual e defendeu o diálogo entre o Executivo e o Legislativo para que a agenda econômica do país prospere e garanta um crescimento sustentável nos próximos anos.

    Em meio aos choques entre o governo federal e o Congresso, especialmente no âmbito das discussões sobre emendas parlamentares e desoneração da folha de pagamento das empresas, Haddad afirmou que “não depende do ministro da Fazenda fazer tudo”.

    “Nos últimos dez anos, entendo que a crise foi muito mais política do que econômica. Houve uma espécie de sabotagem mútua. Nosso esforço é para os Três Poderes se entenderem. Se isso continuar acontecendo, sou muito otimista com a política brasileira. Mas a política precisa ajudar”, afirmou Haddad. 

    “Meu otimismo com o Brasil depende do nosso otimismo em relação à política. É ela que tem de funcionar para que os resultados sejam alcançados.”

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