G1 erra ao dizer que Bolsonaro ligou para Putin, mas entrevista trouxe informação relevante: a neutralidade do Brasil
Bolsonaro disse ainda que não acredita que haverá um "massacre" na Ucrânia. "Eu entendo que não há interesse por parte do líder russo de praticar um massacre"
247 - O G1 corrigiu a informação de uma reportagem publicada sobre entrevista coletiva de Jair Bolsonaro no Guarujá, litoral de São Paulo, que informava que Bolsonaro teria telefonado para o presidente russo, Vladimir Putin, neste domingo (27) e que os dois teriam conversado por duas horas.
Segundo o portal da Globo, a frase que levou os jornalistas presentes à entrevista coletiva a uma interpretação incorreta foi a seguinte: "Estive há pouco conversando com o presidente Putin, mais de duas horas de conversa. Tratamos de muita coisa, a questão dos fertilizantes foi das mais importantes. Obviamente ele falou alguma coisa sobre a Ucrânia, eu me reservo aí como segredo de não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam."
Mais tarde, a Presidência da República esclareceu que Bolsonaro se referia à conversa que teve com Putin quando viajou à Rússia, há alguns dias.
Brasil 'neutro' sobre guerra na Ucrânia
A entrevista coletiva trouxe, porém, uma informação relevante: Bolsonaro anunciou que o Brasil vai ficar “neutro” em relação à guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Questionado se continuaria com discurso de neutralidade mesmo após o avanço das tropas russas por cidades da Ucrânia, Bolsonaro respondeu que “grande parte da população da Ucrânia fala russo”.
“São países praticamente irmãos. Um massacre de civis há muito tempo não se ouve falar. Não é tática de nenhum mundo fazer isso”, respondeu.
Bolsonaro disse também que não acredita que haverá um "massacre" na Ucrânia. "Eu entendo que não há interesse por parte do líder russo de praticar um massacre. Ele está se empenhando em duas regiões do Sul da Ucrânia que, em referendo, mais de 90% da população quis se tornar independente, se aproximando da Rússia. Uma decisão minha pode trazer sérios prejuízos para o Brasil".
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Indagado sobre o voto do Brasil favorável à resolução da ONU que condenou a operação militar na Ucrânia - vetado pela Rússia -, Bolsonaro garantiu que "não tem nenhuma sanção ou condenação ao presidente Putin".
"O voto do Brasil não está definido e não está atrelado a qualquer potência. Nosso voto é livre e vai ser dado nessa direção [...]. A nossa posição com o ministro Carlos França é de equilíbrio. E nós não podemos interferir. Nós queremos a paz, mas não podemos trazer consequências para cá", defendeu.
“Somos solidários à Rússia”
Bolsonaro viajou para a Rússia na semana passada, pouco antes do início da guerra, que teve início na quinta-feira (24). Na ocasião, teve um almoço e conversa com Putin por mais de duas horas, quando conversaram sobre questões comerciais.
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Em sua fala a Putin no Palácio do Kremlin, sede do governo russo, Bolsonaro afirmou que o Brasil é “solidário” à Rússia, sem fazer menção pública à tensão das últimas semanas. A declaração provocou reação negativa no governo dos Estados Unidos.
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