Chapa Chalita-Haddad instiga PMDB e PT
Acordo de no agresso firmado pessoalmente entre os dois candidatos esquenta intenes de coligao em primeiro turno; com Haddad na lanterna das pesquisas, unio seria interessante para Lula, Dilma e Michel Temer; Alckmin tambm sairia ganhando; Serra atento
Marco Damiani _247 – O acordo de não agressão firmado pessoalmente entre Gabriel Chalita e Fernando Haddad pode evoluir para uma coligação entre PMDB e PT na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Hoje, nessa ordem, com Chalita como cabeça de chapa e Haddad como vice. A ideia, que poderia parecer esdrúxula, encontra justificativa, entre militantes de base dos dois partidos, pelo desempenho apresentado nas pesquisas, até aqui, pelos dois candidatos. O estacionamento de Haddad na lanterna da competição, segundo o Datafolha, com 3%, e a performance considerada um pouco mais razoável de Chalita, com 7%, estimulam as confabulações. Mas não apenas. Politicamente, o acordo pode servir a uma costura muito maior, capaz de atender interesses da presidente Dilma Rousseff, do vice-presidente Michel Temer, do governador Geraldo Alckmin e, por último e talvez mais importante, do ex-presidente Lula.
Para Dilma e Temer, a aliança formal serviria para apoiar um projeto que os dois perseguem: a pacificação dos seus partidos na convivência da base aliada ao governo. Pelo porte, a coligação paulistana teria repercussão nacional, com reflexos na redução da beligerância em Brasília. Ali, o movimento que em São Paulo ainda pode soar como inusitado – o PT, afinal, construiu sua história na cidade pelo permanente lançamento de candidatos próprios a todos os cargos majoritários --, certamente seria visto como natural. Afinal, quadros dos dois partidos convivem em diferentes estruturas da administração federal, desde ministérios a bancos públicos. Muitas vezes às turras, é certo, mas todos estão sobrevivendo. Em São Paulo, cuja máquina municipal dispõe de milhares de cargos para nomeação direta pelos mandatários, não haveria grandes dificuldades para acordos.
O governador Geraldo Alckmin teria na chapa Chalita-Haddad uma espécie de seguro político para ser usufruído ao longo da eleição e depois do resultado anunciado. Gabriel Chalita é ex-secretário de Educação de Alckmin. Ambos são amigos pessoais e costumam trocar avaliações do quadro político. Para o governador, seria o reforço de uma candidatura que, no embate com José Serra, do PSDB, poderia surpreender, mas sem percorrer a faixa de radicalismo de críticas que costuma existir nas chapas puro-sangue do PT. Na hipótese de Chalita vencer, Alckmin teria um político de sua confiança, apesar de posicionado em outro partido, na Prefeitura. Nada mal.
A filha do ex-presidente Lula, Lurian, é uma das maiores admiradoras e está entre as principais auxiliares de Chalita. Ela não estaria lá caso houvesse algum tipo de veto político estabelecido pelo pai. Mas o interesse de Lula nessa chapa seria maior. Para ele, representaria uma alternativa ao fracasso anunciado da campanha de Haddad, que ainda está muito longe de empolgar a militância do PT. Numa coligação, Lula se livraria do peso de carregar praticamente sozinho Haddad até o sonhado patamar dos 30%, passando a ter a tarefa dividida com toda a máquina do PMDB. O risco presente de um vexame seria anulado completamente. Ao próprio pré-candidato do PT, serviria de prêmio de consolação por ter embarcado nessa onda que, até agora, não demonstra saber surfar.
Entre os que já projetam articulações mais fortes, nas próximas semanas, em torno da ideia, a raiz comum dos dois candidatos no setor da educação é vista como uma questão menor diante dos potenciais benefícios político-eleitorais que a chapa acarretaria. O que vai importar mesmo é como Lula voltará de suas planejadas férias de vinte dias. Caso goste da ideia, e Haddad continue parado nas pesquisas, ela vai prosperar.
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