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Damares apresenta documentos, mas não consegue comprovar existência de rede de tráfico infantil e crimes sexuais no Pará

No domingo (9), a ex-ministra afirmou que o governo Bolsonaro tem registros de crianças que “têm seus dentes arrancados para não morderem no sexo oral”

Damares Alves (Foto: Reprodução)

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247 - Documentos apresentados pela ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos) para garantir a veracidade de denúncias que fez sobre violência sexual cometida contra crianças da Ilha de Marajó, no Pará, não comprovam o que foi dito pela senadora eleita pelo Distrito Federal durante um culto no último domingo (9) em uma igreja evangélica. 

De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a assessoria de Damares apresentou  três relatórios, sendo dois de CPIs de 2010. O jornal analisou o documento de 2.093 páginas e não encontrou os fatos que ela diz terem ocorrido na localidade paraense. 

>>> Ministério Público pede que Damares apresente provas sobre tráfico infantil e crimes sexuais no Pará

Do púlpito da igreja Assembleia de Deus, no Pará, Damares disse que teria recebido informações sobre crianças vítimas de tráfico humano. "Nós temos imagens de crianças de 4 anos, 3 anos que, quando cruzam as fronteiras, tem seus dentes arrancados para não morderem na hora do sexo oral”.

“A assessoria da ex-ministra enviou ao Estadão relatórios da CPI da Pedofilia, de 2010, com 1.696 páginas. Também foi apresentado como suposta prova para atestar a veracidade das palavras da senadora eleita relatório de uma CPI da Assembleia Legislativa do Pará, que foi criada em 2010 para apurar práticas de violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes no Estado, inclusive na Ilha de Marajó. As 284 páginas deste relatório também não trazem nenhuma citação do que foi dito pela ex-ministra”, diz trecho da reportagem. 

Um terceiro documento apresentado por Damares também não deu conta de comprovar a denúncia: relatório da CPI dos maus-tratos, concluída em 2018 pelo Senado. Em suas 113 páginas, não aparece nenhuma referência aos episódios.

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