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    Edir Macedo projeta derrota de Bolsonaro e já negocia desembarque da candidatura

    Caso o primeiro turno confirme vantagem significativa para Lula, a Universal abandonará o apoio ferrenho a Bolsonaro, deixará de atacar o petista e 'acenará para os dois lados'

    Jair Bolsonaro, Edir Macedo e Lula (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Reprodução/Facebook | REUTERS/Carla Carniel)

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    247 - Projetando um cenário de derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de outubro, o bispo Edir Macedo, dono da emissora Record e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, já planeja o desembarque da candidatura do atual chefe do Executivo. A informação é do portal The Intercept Brasil.

    Macedo avalia que a eleição não será definida no primeiro turno; sendo assim, a tendência é que seus próximos passos se darão após o pleito de 2 de outubro, quando o bispo tiver um cenário eleitoral concreto em mãos. Caso as primeiras votações confirmem a vantagem significativa para o ex-presidente Lula (PT), a Universal abandonará o apoio ferrenho a Bolsonaro, deixará de atacar o líder petista e passará a fazer 'acenos para os dois lados.' Pastores e bispos, inclusive, serão liberados a pedir votos em Lula aos seus fiéis.

    A ideia, no entanto, não será demonstrar apoio oficial da Igreja a Lula, pois Macedo quer evitar perder verbas publicitárias do governo federal para a Record. A estratégia é "manter o pé em duas canoas e ficar bem com qualquer um que vencer a eleição."

    A reportagem ainda menciona conversas que teriam sido mantidas em julho por dirigentes da campanha de Lula com o deputado federal Bispo Rodrigues, homem de confiança de Edir Macedo e remanescente do núcleo fundador da Universal. Lula teria pedido um encontro com Macedo, mas o bispo enviou Rodrigues, que já cuidou da coordenação política da Universal por muitos anos, como um representante para conversar com os dirigentes petistas.

    “Há uma divisão entre Bolsonaro e Lula na Universal e nas igrejas em geral. Isso vai muito da pessoa. E o Edir Macedo é Centrão. Para se manter no poder, com qualquer um que ganhar, ele tem de fazer o jogo. O Centrão trabalha dessa forma. Uma parte está com um, outra parte está com o outro. O que se quer é estar no poder, não importa quem vença”, analisou o apóstolo Márcio Líbano, presidente da Associação de Ministros Evangélicos Interdenominacionais e próximo da Igreja Universal.

    “Macedo está com o Bolsonaro, porque ele é o atual presidente e está no poder. ‘Está no poder, eu estou contigo. Mas minha segunda equipe está contra ele’. Tem uma segunda equipe atuando, claro, tem que ter. É assim que o Centrão funciona. É a política. Já tem outros fazendo o meio de campo. Com qualquer um, ele (Macedo) ficará bem”, complementou.

    O ex-pastor da Universal Davi Vieira, sobrinho de dois bispos e dono de um canal digital que divulga os bastidores da igreja, corroborou com a tese de Líbano: “Agora, o Macedo vai aguardar o resultado do primeiro turno, esperar para ver como o povo está reagindo e depois ‘cantar a pedra’ para o lado que for mais interessante. Se o presidente Lula vencer, ele vai aparecer do lado do Lula de novo e estar na foto com o Lula. Vai ficar tudo bem e dar tudo certo para ele.”

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