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Em nova ameaça golpista, Bolsonaro diz que Forças Armadas são 'último obstáculo ao socialismo'

Declaração foi feita para uma plateia de 3,5 mil ruralistas, uma das principais bases de apoio do bolsonarismo

Bolsonaro e militares (Foto: REUTERS/Adriano Machado | José Cruz/Agência Brasil)

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247 - Com risco de perder a eleição no primeiro turno para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pressionado pela forte adesão aos atos em defesa da democracia e do sistema eleitoral que acontecerão em todo o país na quinta-feira (11), Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer ameaças golpistas durante um encontro com ruralistas nesta quarta-feira (10). 

“Eles sabem que as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo. Por isso, o ataque e a criação da defesa (ministério) em 1989, não por necessidade militar, mas por necessidade política de tirarem os militares da negociação”, disse Bolsonaro durante um evento da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), realizado em Brasília. Bolsonaro tem em setores do agronegócio uma de suas principais bases de apoio. De acordo com reportagem do Estadão Conteúdo, a declaração de teor golpista foi feita para uma plateia de 3,5 mil ruralistas. 

O atual ocupante do Palácio do Planalto também criticou o fato do Ministério da Defesa ter sido comandado por civis em governos anteriores. "Para nossas Forças Armadas, escolhemos generais de quatro estrelas. Até pouco tempo tinha gente que não entendia de nada lá. Quem nunca pegou numa pistola foi ser o ministro da Defesa", afirmou. 

Bolsonaro também afirmou que é “atacado” por pessoas que o criticam por ter muitos militares no governo: “se o povo quisesse ladrão, tinha votado na esquerda lá atrás”. Ao longo de mais de uma hora de discurso, ele criticou as propostas de Lula para o setor, além de desferir ataques pessoais contra o adversário. “A proposta de regulação da produção agrícola o cara [Lula] já tirou do plano dele”, disse. “Malandro, como sempre, sem caráter, um bêbado que quer dirigir o Brasil”, atacou. 

Os ataques de Bolsonaro acontecem um dia após Lula abordar assuntos relacionados ao agronegócio durante um debate na Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp). "Esses dias eu tive uma reunião com empresários. Eu queria saber por que o agronegócio gosta do Bolsonaro, e eu fiz essa pergunta. Eu queria saber o que o Bolsonaro fez de bom. Nada! Nada! Eu duvido alguém dizer o que o Bolsonaro fez para o agronegócio. A última medida grande para o agronegócio foi feita por nós, uma Medida Provisória em 2008, quando a gente resolveu a dívida ruralista. Se a gente não fizesse aquilo, quebrava o setor inteiro", disse Lula na ocasião. 

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