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    'Não estamos tratando apenas de crimes contra o patrimônio. É golpe de estado', diz Dino

    "Convido os colegas que questionam as prisões em flagrante a olharem o Código Penal. Tentar restringir os poderes constitucionais é crime", afirmou o ministro

    Flávio Dino (Foto: Reprodução)

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    247 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), junto do interventor federal na Segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, e do diretor-feral da Polícia Federal, delegado Andrei Passos Rodrigues, participaram na manhã desta sexta-feira (13) de um evento em homenagem às forças de segurança que trabalharam nas operações que prenderam os terroristas bolsonaristas que atuaram em Brasília no último domingo.

    "Quero lembrar a força da palavra união. Casa dividida cai. Fizemos questão de realizar esse evento exatamente para sinalizar que por sobre as dissensões graves que a nossa pátria atravessa está o senso de união patriótica em torno do interesse nacional. Não queremos país conflagrado. O presidente Lula (PT) quer um país em paz, mas paz não significa se curvar a uma lógica do vale tudo. Não signifca aceitar a lei do mais forte. Então nós resolvemos fazer esse evento para mostrar que a intervenção federal não foi um ato contra as corporações de segurança do Distrito Federal, foi um ato em apoio às corporações e ao sistema de Justiça do DF. Desejamos que essa intervenção seja temporária e breve”, afirmou.

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    Sobre os atos terroristas de domingo, Dino salientou que o episódio foi uma tentativa de golpe de estado, e não somente depredação de patrimônio público. “Não estamos tratando apenas de dano, não estamos tratando de crimes contra o patrimônio cultural apenas. Eu convido os colegas que questionam as prisões em flagrante a olharem o Código Penal, lerem o tipo chamado pelo Congresso Nacional de golpe de estado. Atentar, almejar destituir um governo legitimamente eleito é crime. Está na lei. Tentar impedir, restringir os poderes constitucionais é crime, está no Código Penal - e esta lei antecede nosso governo”.

    O ministro salientou que as investigações e responsabilizações dos envolvidos continuarão. "Temos agora um desafio muito grande, e precisamos entender isso. Temos que levar isso adiante, não por vingança, retaliação, mas porque a lei manda, e só não fizermos isto estaremos nós cometendo crime. E nesta sala não há nenhum candidato à perpetração de crime. Isto é necessário para prevenção de novos eventos desta natureza, que não são video-game. Há gente que veio para cá pensando que se cuidava de um jogo e que a pessoa tem cinco vidas para queimar. Ela vai lá, brinca, ‘olha, perdeu uma vida, vou usar a outra’. Não, é muito grave. Deus abençoou o Brasil e nós não tivemos nenhum morto. Poderíamos ter tido. Quem olhou o ódio materializado nos objetos viu o ódio contra as pessoas. O ódio à cadeira não era um ódio à cadeira, era um ódio a quem senta nela. O ódio a uma sala, um gabinete, é um ódio entre brasileiros e brasileiras. E como se constrói uma nação dessa forma?”.

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    Em um momento de ligeira exaltação, Dino enviou um recado aos golpistas: "eleições são periódicas, e por serem periódicas finitas. Pelo amor de Deus, acabou a eleição de 2022! Entendam definitivamente isso! E se preparem para a próxima. Haverá outra em 2026. E nós, os vencedores de 2026, se perdermos em 2026 vamos respeitar democraticamente o resultado, como respeitamos em 2018”.

    Ricardo Cappelli

    Cappelli também discursou e fez agradecimentos às equipes de segurança: Corpo de Bombeiros, Detran e Polícias Civil e Militar.

    Sobre a PM, ele declarou: “a PM do DF não está feliz, está machucada, obviamente, pelo que aconteceu na noite do dia 8. Mas tenho que dar meu depoimento: eu vi, sem que eu precisasse tomar iniciativa, na presença do comandante Klepter, os corregedores da PM do DF tomarem a iniciativa de abrir inquéritos para apurar as condutas inadequadas daqueles que estiveram na noite do dia 8. Vi também muitos policiais que estavam no campo defendendo a democracia, machucados, cortados, defendendo a democracia e trabalhando bravamente. Eu faço questão de sair daqui com o comandante Klepter para visitar esses policiais. Tenho plena confiança na Polícia Militar, nos homens e mulheres valorosos da Polícia Militar do Distrito Federal. São os mesmos homens que garantiram uma operação exemplar no dia 1 de janeiro, na posse do presidente Lula. A corporação não mudou do dia 1 para o dia 8”.

    Diretor-geral da PF

    Rodrigues exaltou os servidores e servidoras da PF que, segundo ele, estão comprometidos com a democracia. "Foi a maior operação da polícia judiciária da história da nossa corporação. Minhas palavras são de agradecimento a todo nosso efetivo, que atuou de maneira incansável durante três dias, ininterruptamente, demonstrando que nós, de fato, somos uma instituição composta por servidores e servidoras comprometidos com o Estado Democrático de Direito, com a legalidade, com a Constituição. Assim vamos seguir atuando”.

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