Perda no Datafolha acirra divisão Tombini-Mantega
Temporada de caça ao cargo do ministro da Fazenda ganha novo contexto; presidente do BC vira candidato da ortodoxia; redução em oito pontos na popularidade da presidente Dilma Rousseff é atribuída por Datafolha à sensação de inflação; números são dados como certos e motivo é aceito; mídia tradicional já pede promoção de Alexandre Tombini para a cadeira de Guido Mantega; contradições entre ambos são exploradas; Dilma entra nessa?
247 – A temporada de caça ao cargo do ministro Guido Mantega ganhou um número político: 8 pontos porcentuais. Essa foi a redução apurada pelo instituto Datafolha na popularidade da presidente Dilma Rousseff desde março. O motivo da queda é, segundo a mesma fonte, a sensação de inflação entre a população. Esta avaliação vai se mostrando suficiente para o chamado mercado aumentar a pressão não apenas pela queda de Mantega, mas por sua substituição direta por ninguém menos que Alexandre Tombini, presidente do Banco Central.
O movimento de troca de Mantega por Tombini ganha repercussão na mídia tradicional. Na rádio CBN, o jornalista Kennedy Alencar, também conhecido por suas boas fontes no PT, dedicou todo o seu espaço matinal nesta segunda-feira 10 para recomendar a ida de Tombini para a Fazenda. Única forma, segundo ele, de mostrar ao mercado o compromisso sincero com a estabilidade de preços. Ao mesmo tempo, em Brasília, a jornalista Denise Rotthemburg, igualmente com acesso a fontes qualificadas do governo, aponta para a direção de "uma dança das cadeiras" no Ministério, em razão da consequente ascensão do tucano Aécio Neves na corrida sucessória.
247 apurou que a presidente Dilma não está assim tão susceptível a fazer trocas bruscas em sua equipe. A presidente não teria se deixado assustar pela oscilação em sua popularidade, e considera que a receita para recuperar a tendência de alta é manter o mercado de trabalho aquecido. O IGP de 0,37% em maior, inferior ao apurado em abril, contribuiu para aliviar as tensões sobre rearrumações na área econômica.
Dilma continua a acreditar nas fórmulas aplicadas por Mantega. Ao mesmo tempo, porém, foi a própria Dilma que estimulou Tombini a ocupar largos espaços na mídia em defesa da elevação dos juros. A presidente teria, assim, trabalhado com seus dois ponteiros na economia em posições diferentes, chamando para si a missão de permitir que um corra na frente do outro. Um jogo de equipe complicado, mas que ela parece disposta a fazer sem concessões às primeiras pressões.
Ouça aqui o comentário de Kennedy Alencar que foi ao ar nesta segunda-feira na rádio CBN.
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