‘Serra pode disputar a Presidência se o partido decidir’, diz Aécio
Senador deixa tucano em saia-justa ao afirmar que, mesmo se for eleito Prefeitura de So Paulo, ele deixar o mandato para se lanar cadidato em 2014 caso o PSDB considerar a "opo mais vivel"
247 – A rivalidade entre o senador Aécio Neves e José Serra dentro do PSDB não é nenhuma novidade. Ambos almejam, ou pelo menos almejavam, disputar a eleição à Presidência em 2014 pelo partido. No entanto, ao ceder à pressão dos tucanos para se candidatar à Prefeitura de São Paulo neste ano, Serra passou a negar a possibildiade para se desvincular da imagem de "fugitivo" de mandatos na capital. Em uma entrevista à Folha e ao UOL, o senador colocou José Serra em posição delicada ao dizer que, se for a "opção mais viável" da legenda para 2014, ele poderá ser candidato a presidente, mesmo se estiver à frente da prefeitura de SP.
Recentemente, o nome do senador apareceu nas investigações da Polícia Federal na operação Monte Carlo. A pedido de Demóstenes Torres, ele nomeou a prima de Cachoeira em Uberaba. A revelação pode atrapalhar seus planos para 2014.
Leia na matéria da Folha:
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse ontem que seu colega de partido José Serra poderá ser candidato a presidente da República pelo PSDB em 2014 se for a "opção mais viável" da legenda.
Indagado se essa hipótese vale se Serra vencer a disputa para prefeito de São Paulo, Aécio respondeu que sim. O mineiro acredita que Serra tenha intenção de ficar no cargo por quatro anos no caso de vitória em outubro. Mas ressalvou: "Todos nós somos de alguma forma reféns das nossas circunstâncias".
Em entrevista à Folha e ao UOL, foi além: "As circunstâncias lá na frente podem demonstrar que ele [Serra] é a grande alternativa para a sucessão presidencial. Eu não afasto isso de maneira peremptória e definitiva".
A declaração de Aécio contrasta com a estratégia atual de Serra, que tenta a todo custo sepultar a discussão sobre se vai cumprir ou não o mandato completo de prefeito.
Em 2004, Serra prometeu que se vencesse a disputa pela Prefeitura de São Paulo ficaria quatro anos no cargo. Só que renunciou em 2006 para concorrer -e ganhar- o governo paulista.
Aécio também pretende se apresentar como pré-candidato a presidente pelo PSDB. Defende um sistema de eleições prévias internas na sigla, de preferência já em outubro de 2013 -um ano antes da disputa de 2014.
Aos 52 anos, o senador mineiro afirma estar "preparado" e se considera "muito competitivo" para disputar o Planalto. Diz ter "muitos defeitos, mas entre eles não está o da obsessão" para se tornar candidato.
Na entrevista, Aécio criticou a presidente Dilma Rousseff, a quem deu nota 5, numa escala de 0 a 10. Para ele, a popularidade do governo seria decorrente apenas do estado da economia.
Ao falar de como está a administração federal, o senador cita de cabeça vários números sobre investimentos nas áreas de segurança e saúde, entre outros. Sua estratégia é transmitir ao eleitor que o Brasil pode ir além do que foi realizado até agora.
INVESTIGAÇÃO
A respeito da CPI do Cachoeira, o mineiro afirma que a investigação deve ter transparência para evitar "vazamentos seletivos". Sobre o futuro do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), acha que "a probabilidade maior é que ele seja cassado".
No caso de tucanos citados nos fatos relacionados à CPI, Aécio considera que o governador de Goiás, Marconi Perillo, tem de "ser investigado" e que o deputado federal Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO) precisa se licenciar da legenda para se defender.
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