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Equipe de transição de Lula sugere enfrentamento da extrema direita para evitar atentados a escolas

Material produzido pelo professor Daniel Cara diz que ataques violentos às escolas estão relacionados a uma escalada do ultraconservadorismo e do extremismo no país

Daniel Cara (Foto: Campanha.Org/Divulgação)

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247 - A equipe para Educação do gabinete de transição do governo Lula (PT) elaborou um relatório sobre as causas e as medidas que devem ser implementadas para evitar atentados terroristas a escolas no Brasil. 

No último dia 25, um atirador invadiu duas escolas em Aracruz (ES), e o documento passou a ser produzido a partir deste episódio, segundo a Folha de S. Paulo, pelo professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara. Ele contou com a colaboração de outras 12 especialistas no assunto. O documento - que tem 50 páginas - será discutido pelos grupos de trabalho da transição para Educação.

De acordo com o relatório, os ataques violentos às escolas estão relacionados a uma escalada do ultraconservadorismo e do extremismo de direita no país, além da falta de controle e criminalização desses discursos e práticas. Os alvos de cooptação desse discurso são majoritariamente brancos e heterossexuais e têm as mulheres como alvos preferenciais.

O documento recomenda que "profissionais da educação devem participar de processos de formação continuada sobre o extremismo de direita e como enfrentá-lo". Há também a indicação de treinamento para que profissionais da área consigam identificar alterações de comportamentos nos jovens - como interesse incomum por assuntos violentos e atitudes agressivas, recusa de falar com professoras e gestoras mulheres, uso de expressões discriminatórios e exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos.

Há a recomendação, ainda, para que órgãos de inteligência ligados às forças de segurança monitorem sites, plataformas e fóruns anônimos.

"O documento elaborado por Cara também destaca a importância de uma campanha ampla de denúncia da cooptação dos jovens por grupos de extrema-direita e como isso afeta o desenvolvimento destes e da sociedade.  O material também sugere a criação de leis que proíbam a criação e fechem as centenas de academias e institutos militares mirins, que ofertam cursos militares para crianças e adolescentes e colocam crianças, a partir de 5 anos de idade, para manusear, quando não armas de verdades, réplicas destas. Por fim, o relatório sugere aperfeiçoamento da lei 7.716/1989, que trata como crime a fabricação, comercialização e veiculação da suástica ou da cruz gamada, símbolos relacionados ao nazismo. Segundo o documento, é necessário expandir a criminalização para outros símbolos fundadas em ideologias de supremacia, como o fascismo, o integralismo e grupos separatistas tais como "O Sul é o meu país", conclui a reportagem.

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