George Washington recebeu pedidos de armas e disse que daria "para começar uma guerra"

247 - Mensagens encontradas pela Polícia Civil do Distrito Federal no aparelho celular do extremista George Washington de Oliveira Sousa, condenado e preso por tentar explodir uma bomba nas imediações do aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro de 2022, apontam que que os militantes bolsonaristas e de extrema direita acampados em frente ao Quartel General (QG) do Exército, na capital federal, encomendaram armas visando “começar uma guerra” para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo o UOL, as trocas de mensagens apontam que pelo menos dois bolsonaristas teriam demonstrado interesse em adquirir armas que estariam em poder de Washington. Um dos suspeitos é o fazendeiro paraense Álvaro Canevari, que teria dito precisar do armamento para entrar em uma “guerra civil" se Bolsonaro não fosse declarado eleito. 

Ao todo, Washington teria enviado mais de 20 fotos de armas a Canevari. As imagens teriam sido compartilhadas no dia 12 de novembro, mesma data em que Washington chegou a Brasília, após sair de Xinguara, no Pará. O fazendeiro teria demonstrado interesse em adquirir uma carabina. 

Ainda de acordo com a reportagem, um segundo pedido teria sido feito por  “Hermeto Silva dos Santos, que estava no acampamento em Brasília. Investigado por ajudar Washington no plano da bomba, Ermeto Santos mandou um áudio ao colega para cobrar a entrega de uma pistola”. 

Washington foi preso em Brasília com oito armas - um fuzil, duas escopetas, dois revólveres e três pistolas, além de uniformes militares e centenas de caixas de munição. Em seu depoimento à polícia, ele disse ter gasto cerca de R$ 160 mil com armas e munições desde 2021, quando tirou o registro de posse de armas. 

A defesa de George Washington, contudo, nega que ele queria afrontar o governo eleito e que haveria intenção de distribuir as armas para outros extremistas.