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    “Governo de aloprados”: vai e vem de Santini rende mais críticas a Bolsonaro

    “Esse governo é uma palhaçada administrativa e especialista em demagogia barata. Se quisesse combater imoralidade começava por Flávio e seus milicianos de estimação”, indignou-se o líder do PSOL, Ivan Valente. Diversos parlamentares reagiram à demissão e admissão do número 2 da Casa Civil

    Bolsonaro e Santini (Foto: PR)

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    Por Nathalia Bignon, para o 247 - Demitido duas vezes em menos de 24 horas. Este foi o destino do número dois da Casa Civil, Vicente Santini, cuja exoneração e sequencial recontratação, exibida no Diário Oficial da União, foi tornada sem efeito pela Presidência da República nesta quinta-feira (30). Diante de mais recuos de Jair Bolsonaro, parlamentares e anônimos não perdoaram o novo deslize da Esplanada.

    “Eita balbúrdia nesse desgoverno de Jair Bolsonaro. Demite, readmite, demite de novo. Mas se fosse só isso, nem problema seria. Grave é o que isso representa: governo de aloprados. Com pouco mais de um ano, o governo Jair Bolsonaro exala mofo por todos os lados. Mofo só não, exala fétido odor. O Brasil não merece isso”, lamentou o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA).

    Já o líder do PSOL na Câmara, Ivan Valente (SP), preferiu recordar a relação do clã Bolsonaro com as milícias e apontar caminhos para a melhoria. “Bolsonaro mudou de ideia após desistir de demitir Vicenti Santini por uso de avião da FAB em voo internacional. Esse governo é uma palhaçada administrativa e especialista em demagogia barata. Se quisesse combater imoralidade começava por Flávio e seus milicianos de estimação!”, sentenciou. 

    Eleita pelo PT do Distrito Federal, Érika Kokay também associou o governo à palavra mais proferida pela gestão em relação à educação: 'balbúrdia'. “O governo Bolsonaro é a maior balbúrdia que já se viu em terra brasilis. Vejam o caso de Vicente Santini, interino na Casa Civil e amigo do clã Bolsonaro: contrata, demite, contrata de novo e demite mais uma vez”, comentou.

    Nem mesmo o coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL), Rubens Nunes, se absteve das críticas. “Demite o Santini; Contrata o Santini; Demite o Santini; Eis a versão política de veste o casaco, tira o casaco”, traduziu. 

    Em tom de deboche, o deputado eleito pelo Novo Vinicius Poit (SP) também não se furtou à piada. “Presidente anuncia que vai demitir Vicente Santini mais uma vez. Duas demissões em três dias. Mais uma demissão e ele já vai poder pedir música no Fantástico”, disse, fazendo alusão ao quadro do programa dominical. 

    Um internauta preferiu recordar a situação de Roberto Alvim, ex-secretário da Secretaria de Cultura, que oficialmente segue no governo. “Bolsonaro demitiu Vicente Santini, mas arrumou outra boca pra ele e agora demitiu de novo.. e o nazista Roberto Alvim ainda não foi exonerado da Funarte mas fiquem tranquilos... a mamata acabou, taoquei?!, disse, em tom de ironia.

    “Elegeram umas coisas que, por décadas fizeram do público, escritório particular. Resultou em um governo federal que está mais pra um puxadinho de lazer e vantagens”, aclarou outra. 

    O próximo?

    Nos bastidores, o que se comenta é o desgaste do secretário da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, diante do episódio. Para analistas que atuam no Congresso, o caso de Vicente Santini é “desculpa perfeita” para levar adiante a demissão do chefe da pasta. Desde o ano passado, Onyx vem perdendo poder de articulação política e coordenação jurídica, além da autonomia sobre o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que da Casa Civil passou ao Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes. O Programa tem sido entendido como algo crucial para Bolsonaro. 

    Já Vicente Santini chegou a ser demitido publicamente, após vir a público a utilização de um avião da FAB para se deslocar para a Suíça e, de lá, para a Índia. Amigo dos filhos de Bolsonaro, ele foi novamente nomeado, desta vez como  assessor especial da Secretaria de Relacionamento Externo, também na Casa Civil, mas pelo Twitter, Jair Bolsonaro informou que tornaria a portaria sem efeito.

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