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Lula, governistas e oposição travam embate no Congresso pela CPI do golpismo

O presidente é contra, mas sua base e a oposição se dividem pela instalação da comissão. Pacheco não vai barrar a CPI, mas também não se empenhará para levá-la adiante

Lula e Rodrigo Pacheco (Foto: Pedro França/Agência Senado | Ricardo Stuckert/PR | Jefferson Rudy/Agência Senado)

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247 - O requerimento para a criação da CPI do Golpismo, visando investigar os atentados terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília no dia 8 de janeiro, já conta com a assinatura de 37 senadores. Para ser instalada no Senado, uma CPI precisa de no mínimo 27 assinaturas.

Apesar de já cumprir os requisitos, nada garante a instalação da comissão, diz Malu Gaspar, do jornal O Globo. Defensores da CPI, Soraya Thronicke (União Brasil-MS) e Renan Calheiros (MDB-AL) pressionam o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), a ler em plenário o requerimento - rito necessário para instalação da comissão.

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Pacheco adiantou que fará a leitura ainda em fevereiro. Ao Palácio do Planalto, porém, o presidente do Senado afirma que não fará esforços para levar adiante o funcionamento da comissão.

O presidente Lula (PT) já declarou ser contra a CPI, porque avalia que toda investigação parlamentar acaba se voltando contra o governo. Há ainda a perspectiva de que a CPI pode tensionar ainda mais o cenário político, arrastando as Forças Armadas novamente para o centro do debate e colocando a agenda do governo em segundo plano.  

Entre a oposição impera a visão de que a CPI, apesar de ter como objetivo investigar nomes ligados ao golpismo - e que estão na oposição -, pode ser uma oportunidade para atacar o governo Lula.

Os senadores governistas que assinaram o requerimento ainda poderão ser acionados para retirar o apoio ao requerimento. São eles: Paulo Paim (RS), Fabiano Contarato (ES), Jaques Wagner (BA), Humberto Costa (PE) e Rogério Carvalho (SE). "Assinei o requerimento, olhando a violência contra o STF, o Congresso e o Planalto. Foi um gesto de indignação. Mas houve uma discussão dentro da base de que nesse momento temos de reconstruir o país e garantir a governabilidade. (...) Não tenho nenhum melindre em retirar a assinatura, se assim a bancada decidir. Com ou sem CPI, esses golpistas devem responder aos ataques e serem punidos”, disse Paim à Malu Gaspar.

Se mesmo assim a instalação da comissão ocorrer, o governo Lula pretende postergar ao máximo a indicação dos integrantes da CPI. 

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