PF: ex-mulher de Bolsonaro movimentou R$ 9,3 milhões e faz 'transações atípicas'
Investigadores apuram transferências bancárias feitas por Ana Cristina, que fez a compra de uma mansão em Brasília (DF) avaliada em R$ 2,9 milhões
247 - A Polícia Federal (PF) disse que a candidata a deputada distrital Ana Cristina Valle (PP-DF), ex-mulher de Jair Bolsonaro (PL), movimentou R$ 9,3 milhões em operações financeiras entre março de 2019 e janeiro de 2022. Policiais analisaram um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Investigadores apuram transferências bancárias feitas por Ana Cristina, que, em junho de 2021, fez a compra de uma mansão em Brasília (DF) avaliada em R$ 2,9 milhões. As informações foram publicadas nesta terça-feira (20) pelo jornal O Globo.
A ex-esposa de Bolsonaro movimentou a maior parte do dinheiro entre junho de 2019 e junho de 2021, quando foram identificadas transações em sua conta bancária que somaram R$ 4,2 milhões em crédito (entrada) e R$ 4,3 milhões em débitos (saída). No período, ela teve dois empregos. Trabalhou como assessora do vereador Renan Marassi (PL) na Câmara de Vereadores de Resende (RJ), com salário de R$ 6,2 mil, e como auxiliar parlamentar da deputada federal Celina Leão (PP-DF) em Brasília, com salário de R$ 8,1 mil. A advogada deixou o cargo no Congresso Nacional para concorrer a deputada distrital
De acordo com a PF, o dinheiro movimentado por Ana Cristina é incompatível com a sua principal fonte de renda. Como consequência, policiais pediram autorização judicial para investigar como a advogada comprou uma mansão em uma região nobre da capital federal.
Segundo o relatório financeiro do Coaf, Ana Cristina recebeu também um cheque de R$ 978 mil. O órgão citou ainda uma operação de crédito referente a um investimento de R$ 600 mil feito pela advogada na bolsa de valores em outubro de 2020 e o resgate de R$ 300 mil de um plano de previdência.
Outro lado
A candidata disse que "o Coaf mentiu e praticou fraude" e que pedirá a abertura de investigação contra o órgão. "Não existe nada do que alegaram. Nunca recebi estes milhões em minha conta e provo. Fui ao meu banco e descobri que não existiu nenhuma comunicação de movimentação financeira atípica para o Coaf. Criaram esta mentira apenas para iniciarem um inquérito na Polícia Federal contra mim sem justa causa com o objetivo de prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro", afirmou Ana Cristina em mensagem.
"Invadiram minha conta e quebraram meu sigilo bancário ilegalmente. Nada encontraram e falsificaram informações, enganando a todos. Nada existe e desafio eles a mostrarem as comunicações financeiras de movimentação atípica ou mesmo um simples extrato bancário com estes valores alegados por eles falsamente", complementou.
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