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    PGR denuncia deputado bolsonarista Gustavo Gayer por racismo contra Silvio Almeida e injúria em fala sobre Lula

    O parlamentar sugeriu que os africanos não têm "capacidade cognitiva" em uma democracia

    Deputado bolsonarista Gustavo Gayer (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

    247 - A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por racismo contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A vice-procuradora-geral da República interina, Ana Borges, assinou o documento com a denúncia, oferecida à Corte nos últimos dias. A informação foi publicada pelo jornal O Globo

    Em um podcast, o parlamentar sugeriu que os africanos não têm "capacidade cognitiva" em uma democracia. "O Brasil está emburrecido. Aí você pega e dá um título de eleitor para um monte de gente emburrecida. Aí você vai ver na África: quase todos os países são ditaduras. Quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter democracia, é preciso ter o mínimo de capacidade cognitiva para entender o bom e o ruim, o certo e o errado. Tentaram fazer democracia na África várias vezes. O que acontece? Um ditador toma tudo e o povo. O Brasil está desse jeito. O Lula chegou à presidência e o povo burro: 'êeee, picanha, cerveja!'".

    De acordo com a PGR, o deputado estimulou “a discriminação e o preconceito de raça, cor e procedência nacional”. “Gustavo Gayer Machado de Araújo vinculou a afrodescendência de Silvio Luiz de Almeida a uma suposta inferioridade do quociente de inteligência dos povos africanos e afrodescendentes, sustentadas dias antes no podcast 3 irmãos, reafirmando ser essa a causa das ditaduras, geradora, inclusive, de um "analfabetismo funcional" do Ministro de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania, reforçando estigmas reprodutores de inferioridade contra minorias raciais”.

    As  deputadas federais do PSOL Erika Hilton (SP), Luciene Cavalcante (SP), Célia Xakriabá (MG) e Talíria Petrone (RJ) foram responsáveis pelas denúncias. O apresentador do podcast Rodrigo Arantes também foi denunciado por racismo.Para a PGR, eles "praticaram, induziram e incitaram a discriminação e o preconceito de raça, cor e procedência nacional contra todo o povo africano, fazendo-o por intermédio de meio de comunicação social e publicação na rede social You Tube, tendo o podcast alcançado cerca de 14.000 visualizações, dispersando ideias racistas e segregacionistas, inferiorizando e desumanizando negros e afrodescendentes ao compará-los a macacos".

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