Presidente do Conselho de Ética da Câmara diz que pautará de 'imediato' cassação de Chiquinho Brazão

247 - O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, deputado Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA), afirmou que “vai pautar de imediato” a cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão (RJ), preso neste domingo (24) pela Polícia Federal (PF) como um dos supostos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol). 

“Vou pautar de imediato. Assim que a representação chegar no Conselho, irá ser convocada imediatamente reunião para a escolha de relator e dar início ao processo legal”, disse Lomanto à jornalista Camila Bomfim, do G1.

Segundo a reportagem, o Psol protocolou o pedido no último domingo (24), desencadeando um processo burocrático que precede a análise no Conselho de Ética: primeiro, o pedido é registrado na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara e, em seguida, é encaminhado ao conselho. Após o encaminhamento, serão sorteados três possíveis relatores, dos quais o presidente do colegiado escolherá um nome.

Na representação, o Psol destaca que se Brazão não for cassado, existe o risco de que ele use o mandato para obstruir as investigações. "A sua cassação é uma necessidade: a cada dia que o representado continua como deputado federal, é mais um dia de mácula e de mancha na história desta Câmara. Sua cassação é impositiva: para evitar que ele utilize do cargo para obstruir a justiça – impedindo, assim, o cometimento de outros crimes".

Além disso, o pedido de cassação destaca a violência política representada pelo assassinato de Marielle Franco e ressalta que tais atos comprometem a integridade da democracia. "O autor intelectual da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes não pode estar como representante da Câmara dos Deputados. Sua cassação é urgente – e sua presença, uma vergonha pra Casa", destaca um trecho da representação, de acordo com a reportagem.

No último domingo (24), a Polícia Federal prendeu três suspeitos de serem os mandantes do assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes. Entre os presos como supostos mandantes do crime estão o deputado federal Chiquinho Brazão, desligado do União Brasil, e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão. O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil fluminense, foi preso pela suspeita de acobertar o caso.