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Quase confirmado no governo Lula, Fufuca foi da tropa de choque de Eduardo Cunha e apoiou golpe contra Dilma

Em 2023, o deputado do PP ainda votou a favor do projeto do marco temporal para terras indígenas e contrariou o governo na votação do marco do saneamento

André Fufuca (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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247 - O deputado federal André Fufuca (PP-MA) ganhou destaque no noticiário por ser cotado como favorito para assumir um ministério através da indicação do PP. No entanto, sua trajetória política é marcada por posicionamentos que contrastam com a base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desde seus tempos como parte da tropa de choque do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, Fufuca demonstrou estar alinhado a posições contrárias ao governo. Ele apoiou o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e, em 2021, manifestou-se contra a abertura de um processo para afastar Jair Bolsonaro (PL) do Palácio do Planalto, mesmo diante da gestão da pandemia. Recentemente, o deputado votou a favor do controverso marco temporal para demarcação de terras indígenas, texto que divergia dos interesses do atual governo, relata o jornal O Globo.

André Fufuca ingressou na vida pública aos 21 anos, quando ainda estudava medicina, e foi eleito deputado estadual pelo Maranhão. Sua atuação política chamou atenção quando, por sete dias em 2017, ocupou a presidência da Câmara dos Deputados, sendo o segundo-vice-presidente na época. Porém, sua trajetória política se entrelaçou com Eduardo Cunha, conhecido por abrir o processo de impeachment de Dilma Rousseff, e Fufuca não apenas seguiu seu mentor ao apoiar o afastamento da então presidente, mas também enfrentou polêmicas no Conselho de Ética da Casa ao se manifestar de forma áspera contra Júlio Delgado (PV-MG).

Apesar de ter tentado se desvincular politicamente de Cunha após sua cassação, Fufuca nunca negou a amizade que possuía com o ex-deputado. A relação com Cunha também chamou atenção quando Fufuca contratou a Popsicle Digital Flavours, empresa de assessoria e divulgação de mandatos ligada à filha de Cunha, Danielle, atual deputada federal. Entretanto, o deputado negou qualquer influência do ex-presidente da Câmara na contratação.

Durante o terceiro mandato de Lula, Fufuca já demonstrou sua postura contrária ao governo em importantes pautas. Ele votou a favor do projeto do marco temporal para terras indígenas, que limita a demarcação de áreas apenas àquelas ocupadas ou em disputa até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Essa posição divergiu da orientação do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que foi contra o texto e tentou adiar sua discussão. Além disso, Fufuca não acompanhou o governo na votação que derrubou dois parágrafos de decretos presidenciais relacionados ao marco do saneamento.

A possível nomeação de André Fufuca para um ministério sela a aproximação entre o presidente da Câmara, Arthur Lira, e a gestão Lula.

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