Rejeição a planos de Moro na Câmara chega a 80%
Denúncias da Vaza Jato e falta de valorização de projetos já trabalhados no Congresso estão entre os motivos da alta rejeição enfrentada por Sérgio Moro com os parlamentares
247 - Levantamento feito pelo Estado de S.Paulo mostra que a rejeição a alguns dos projetos do ministro da Justiça e da Segurança Pública Sérgio Moro em votações nominais na Câmara dos Deputados chegou a 80%.
"O ministro sofreu reveses em votações sobre a manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em sua pasta; no pedido de tramitação em regime de urgência para o projeto sobre abuso de autoridade; num destaque sobre os efeitos da condenação por abuso de autoridade; e num destaque sobre o juiz de garantias", diz a reportagem.
Segundo o levantamento, Moro passou a enfrentar mais dificuldades a partir de junho, após as denúncias da Vaza Jato, que colocaram sua atuação como juiz em dúvida na operação.
"Algumas das maiores bancadas – como as do PL, Republicanos, PDT e MDB, que teve políticos investigados por Moro na Lava Jato – passaram de divididas a quase totalmente contrárias às pautas do ministro", diz.
Outro motivo para a alta rejeição de Moro é a falta de valorização de projetos sobre os quais o Congresso já havia trabalhado. "Uma estratégia que utilizamos sempre que possível era valorizar o Congresso, porque isso facilita o diálogo", disse o ex-ministro da Justiça entre 2011 e 2016, José Eduardo Cardoso (PT-SP). "Não foi essa a estratégia que o Ministério da Justiça utilizou agora", explicou Cardoso.
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