“Brasil está na contramão do mundo” na economia, afirma Edinho Silva, prefeito de Araraquara
Segundo o prefeito da cidade brasileira considerada modelo no combate à Covid-19, o Brasil precisa retomar o caminho da estabilidade e do forte investimento público. “Vamos enfrentar o inimigo para poder gerar estabilidade. Gerou estabilidade, você começa a atrair investidores. Economia de guerra é Keynes na veia. É o Estado investindo para que a economia volte a girar”, falou à TV 247. Assista
247 - O prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), em entrevista à TV 247, condenou a política econômica limitada pelo teto de gastos tocada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a pandemia de Covid-19.
Ele ressaltou que, apesar de Guedes sempre falar em economia global, o ministro não faz como outros diversos países do mundo, que estão optando por medidas de estímulo à economia por meio do Estado. “O problema é que o Brasil está na contramão do mundo. O mundo entendeu que a crise econômica é gerada pela instabilidade em decorrência da pandemia. É como se nós estivéssemos na Terceira Guerra Mundial. Em decorrência da letalidade e da instabilidade, a pandemia gerou no planeta a depressão econômica. O que o mundo rapidamente entendeu? Economia de guerra: vamos enfrentar o inimigo para poder gerar estabilidade. O inimigo é um vírus, você enfrenta como? Com vacinação, para que você gere estabilidade. Vai deixar de existir a doença? Não, mas você mostra que você tem governabilidade sobre a doença e você gera estabilidade. Gerou estabilidade, você começa a, novamente, atrair investidores, que vão fazer a economia girar e funcionar”.
“Economia de guerra é [John Maynard] Keynes na veia, economia keynesiana. Ou seja, é o Estado investindo para que a economia volte a girar. Então o que o Biden está fazendo nos Estados Unidos? Deu celeridade à vacinação, para gerar estabilidade, lançou um socorro econômico aos setores atingidos e lançou um plano de investimento. Ao todo, estamos falando em 3 bilhões de dólares investidos na economia americana. Os alemães fazem o mesmo, os ingleses fazem o mesmo, os franceses, os países asiáticos. Se nós estamos em uma economia globalizada, vamos ver o que o mundo está fazendo. Se os americanos, se o país da Escola de Chicago, adotou Keynes como cartilha, e as demais potências do planeta estão aumentando a base monetária, estão pondo mais dinheiro em circulação, se é economia globalizada, todos nós precisamos ir no mesmo sentido. O que o Brasil faz? Não tem celeridade no processo de vacinação, portanto não gera estabilidade, nem adota o isolamento social. E o que nós estamos discutindo? Teto do gasto público e superávit primário”, completou.
Sobre a situação da pandemia em Araraquara, cidade modelo no combate ao coronavírus no Brasil, Edinho Silva disse que atualmente - declaração dada em 15 de abril - cerca de metade dos leitos de enfermaria e UTI na cidade são ocupados por pacientes de outros municípios ou estados. O sucesso de Araraquara no combate à Covid-19 permite que a cidade auxilie outras localidades por meio de seu sistema de saúde. “Nós estamos socorrendo as cidades da região e cidades inclusive de fora do estado de São Paulo. Hoje, se nós pegarmos os 170 pacientes internados em Araraquara, 86 são de enfermaria e 84 de UTI. Desses, 56% dos leitos de UTI de Araraquara, hoje, quase 60% são de pacientes de fora. E de enfermaria 50%”.
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