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Ex-bombeiro preso no caso Marielle arrendou pontos de 'gatonet' e seguiu recebendo dinheiro mesmo após ser detido

Segundo a PF, Maxwell Simões Corrêa começou a explorar a recepção ilegal de sinais de TV quando abriu a empresa Flash Net Prestadora de Serviços de Comunicação e Multimídia

Maxwell Simões Corrêa, 'Suel' (Foto: Reprodução)

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247 - O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, arrendou os pontos de gatonet (recepção ilegal de sinais de TV) que explorava em Rocha Miranda, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro (RJ) e, de acordo com a Polícia Federal (PF), seguiu recebendo o dinheiro proveniente do negócio ilegal mesmo após ser preso em junho de 2020 por envolvimento no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL). Ele e sua mulher, Aline Siqueira de Oliveira, foram alvos de uma operação da PF e do Ministério Público do Rio (MPRJ) para acabar com um esquema de exploração de sinal clandestino de internet do ex-bombeiro. Suel está preso desde o dia 24 de julho.

Segundo o jornal O Globo, a Polícia Federal informou que Suel começou a explorar a atividade ainda em 2008, quando abriu a empresa Flash Net Prestadora de Serviços de Comunicação e Multimídia. A sede fica na área em que ele domina o negócio. A empresa funcionou até 2018.

A informação sobre os negócios ilegais de Suel foram reveladas pelo ex-policial militar Élcio Queiroz. "O gatonet era com o Maxwell na área de Rocha Miranda. No caso do Ronnie, era mais para dentro da comunidade do Jorge Turco (no bairro do Colégio). A maior parte é do Maxwell, só uma parte que era do Ronnie", disse Queiroz.

O delator afirmou que dirigia o carro de onde partiram os tiros  contra a ex-parlamentar. Disse também que o ex-policial Ronnie Lessa foi o responsável pelos disparos. De acordo com a versão de Queiroz, Suel ajudou Lessa a se desfazer do carro usado no assassinato. 

No segundo semestre de 2018, Suel e Lessa se juntaram para não perder pontos de gatonet na região. Pela troca de mensagens extraída do celular de Lessa, de setembro daquele ano, um traficante da região exigia pagamentos para manter a internet clandestina na localidade que dominava. "Eu quero o tanto que vocês estão dando agora, só por causa do abuso dele. Se ele não der, eu vou mandar arrebentar... Eu vou mandar tirar as ‘gatonet’ dele toda, eu vou colocar um da sintonia nossa, irmão", disse o traficante, num áudio encaminhado por Suel a Lessa.

Em seguida, Suel alertou Lessa: “Se a gente não conseguir falar com o cara, vai perder lá no alto”. O bombeiro enviou um número de celular e pediu para Lessa fazer contato, “senão hoje o maluco vai lá arrumar caô”. O PM respondeu: “Vou chamar ele aqui”.

Seis horas depois, Lessa voltou a entrar em contato com Suel e apresentou uma solução: o grupo enviaria um comparsa para falar com o traficante. “Explica a ele para falar com aquele arrombado lá que é ordem do patrão, só isso. Porque ele que foi a ponte nossa na época e o cara não sabe disso”, escreveu Lessa. “Vamos ter que dar um agrado a ele”, respondeu Suel. “Com certeza, aí você vê o que é de direito”, concordou Lessa.

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