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Douglas Belchior: “Não tem conversa democrática se do outro lado tem quem defenda uma polícia que me mata”

“Um debate não cabe mediação: o da segurança pública, porque diz respeito à vida de pessoas que sempre foram mortas”, destaca Douglas Belchior

(Foto: Reprodução | ABR)

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247 - O estado de São Paulo registra queda de 80% na letalidade policial após uso de câmeras por agentes, segundo dados do site UOL.

De acordo com o levantamento, foi registrada queda no número de mortes por intervenção policial em 19 dos 131 batalhões do estado. Nesses locais foram registrados 41 óbitos entre junho de 2021 e maio deste ano, contra 207 nos 12 meses anteriores.

“Câmera nos uniformes dos policiais é uma demanda antiga. O controle da atuação policial sempre foi uma demanda fundamental cobrada pelos movimentos”, salientou o educador e ativista do movimento Coalizão Negra por Direitos, Douglas Belchior.

“Veja que absurdo: tem candidaturas ao governo do estado de São Paulo que defendem a retirada das câmeras”, advertiu ele.

Foram instaladas 5.600 câmeras em fardas dos policiais de batalhões de diversas regiões do estado. Até o fim do ano, o governo de São Paulo pretende chegar a 10 mil.

Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Márcio França (PSB), se posicionaram contra as câmeras afirmando que consideram que o equipamento é prejudicial aos trabalhos dos agentes da PM.

Douglas rebate: “Quando se tem um servidor público sendo observado no seu trabalho ele vai ter mais cuidado. Isso é assim em qualquer área ou qualquer profissional. O problema é que na segurança pública, o servidor anda armado e tem, eventualmente, autorização para o uso de um instrumento que é letal. E existe uma natureza da existência policial que é muito complexa no Brasil”.

Ele defende ainda que “é positivo, mas ainda tem passos a serem dados”. “Há outras questões: quem vai ter controle dessas imagens? O controle público dessas imagens não temos ainda”,mdestacou. 

Para Douglas Belchior, “um debate não cabe mediação: o da segurança pública porque diz respeito à vida de pessoas que sempre foram mortas”. 

“Esse é um tema que a mediação não cabe. Não tem conversa democrática se do outro lado da mesa tem uma pessoa que defende uma polícia que me mata”, acrescentou. 

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