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    Gestor da Starboard, que bateu martelo com Tarcísio no leilão do Rodoanel, atuou em negócio suspeito da Petrobrás

    Marcus Bittencourt assessorou a 3R Petroleum, cujo conselho é presidido por Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobrás, na compra de campos lucrativos da estatal

    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e os diretores da Starboard, Brendon Ramos e Marcus Bitencourt, em momento simbólico na Bolsa (Foto: Divulgação B3)

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    247 - O advogado Marcus Bitencourt, diretor da Starboard, que bateu o martelo com o governador Tarcísio de Freitas no leilão do Rodoanel Norte, participou diretamente de um dos negócios mais polêmicos do bolsonarismo: a venda de campos lucrativos de petróleo da Petrobrás para a 3R Petroleum, que hoje tem o conselho de administração presidido por Roberto Castello Branco, ex-presidente da estatal. 

    A Starboard, que não tem experiência com construção ou concessões, venceu o leilão e há sinais de que a empresa possa estar atuando em parceria com o grupo Bertin, que, por estar em recuperação judicial, não poderia entrar na disputa.

    Foi com um gesto violento que Tarcísio decretou o fim do leilão de concessão do trecho da rodovia. Ele usou toda sua força para tentar quebrar o famoso martelo da B3, e foi apluadido pela plateia de executivos e advogados. 

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    Um dos participantes de honra do evento foi Marcus, ex-sócio da Campos Mello Advogados e atualmente diretor da Starboard. Em um determinado momento do evento ele chegou a se levantar para, no palco, dar as mãos a Tarcísio e participar da cena. 

    Vale lembrar que a Starboard não é especializada em construções e muito menos em infraestrutura. É uma reestruturadora de ativos de empresas em processo de falência. 

    Alguns observadores apontaram que o interesse da Starboard no negócio possa dever-se ao fato de o grupo Bertin controlar a SPMar, concessionária responsável pelos trechos Leste e Sul do Rodoanel. A gestora não descarta a possibilidade de investir na SPMar.

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    O grupo Bertin, que começou no setor de carnes e depois entrou em infraestrutura, pediu recuperação judicial em 2017 com uma dívida a ser negociada de cerca de R$ 7 bilhões envolvendo nove empresas, incluindo a SPMar.

    Na época, Marcus ainda atuava no escritório de advocacia, onde ajudou a Starboard a comprar ativos estratégicos do país. Ele participou da operação de compra do Polo Macau, no Rio Grande do Norte, que pertencia à Petrobrás. A ação foi inédita no país -- foi a primeira gestora de private equity a operar um campo de produção desse tipo. 

    A 3R Petroleum foi criada para gerir os campos onshore e tem em sua cúpula alguns ex-diretores da Petrobrás. Fundada em 2014, a empresa adotou a prática da "porta giratória". Pelo menos 12 profissionais da 3R, incluindo o ex-presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, vieram da estatal petrolífera. Castello Branco é atualmente o presidente do Conselho de Administração da 3R e foi responsável por impulsionar o programa de desinvestimento durante o governo Bolsonaro.

    Procurada, a Starboard preferiu não se pronunciar.

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