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Ministro Silvio Almeida assina acordo para reparação histórica em favor das religiões de matriz africana

Cooperação técnica entre o MDHC, a DPU e o Museu da República permitirá acesso a investigações contra terreiros de candomblé e umbanda ocorridas no RJ nos séculos XIX e XX

Ato simboliza enfrentamento ao racismo religioso (Foto: Reprodução/Museu da República)

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Governo Federal - Para promover a pesquisa de inquéritos policiais sobre apreensão de bens religiosos afro-brasileiros em terreiros de candomblé e umbanda no Rio de Janeiro, entre 1890 e 1946, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, assinou nesta segunda-feira (20) um Acordo de Cooperação Técnica em parceria com a Defensoria Pública da União (DPU) e o Museu da República.

“Para mim é uma grande honra participar desse ato, é um privilégio estar vivo para presenciar um momento como esse. Só posso agradecer aos meus ancestrais que lutaram para que esse acontecimento fosse possível na medida em que eles também sofreram profundamente e foram vitimados por toda essa violência que agora se transforma em um símbolo de resistência”, declarou o ministro ao assinar o documento, em evento ocorrido no Rio de Janeiro (RJ).

Por meio do acordo, será possível a pesquisa e ampliação da coleção “Nosso Sagrado”, formada por 519 objetos, em exibição desde 2020 no Museu da República, no RJ, e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Rita Oliveira, ressaltou que a parceria é uma ação relevante para a sociedade brasileira. “Combina o debate de temas sensíveis com a obtenção de dados e informações para formulação e prática de políticas públicas, além da construção de memórias das religiões de matriz africana”, salientou.

Presente na cerimônia, a Ialorixá Mãe Meninazinha de Oxum falou em nome de todos os representantes das religiões e expressou alegria com o ato. “Estou muito feliz pelo nosso trabalho ter sido reconhecido, pelo nosso sagrado estar sendo sagrado. Quero agradecer a todos os orixás por essa vitória. É apenas o primeiro passo”, frisou a Ialorixá.

Enfrentamento ao racismo religioso

O presidente do Museu da República, Mário Chagas, explicou que a iniciativa é um ato de reparação pelas perseguições sofridas pelas religiões de matriz africana. “É crime cultuar os orixás? Claro que não. Mas, por cultuar o sagrado, o povo de santo foi perseguido. Hojeestamos aqui para avançar nas práticas concretas de reparação”, salientou.

Já o defensor público-geral federal, Fernando Mauro Barbosa, apontou que o acordo servirá para elaborar dossiês e contribuir para o combate ao racismo religioso. “A DPU atua na defesa de quaisquer pessoas e grupos que sofrem qualquer tipo de perseguição ou intolerância religiosa”, ressaltou.

Outras agendas

Ainda no Rio, o ministro Silvio Almeida participou do lançamento do catálogo impresso “Moda de terreiro” do Ilê Omolu e Oxum e da inauguração da Exposição “Marielle Marés”. As iniciativas marcam a semana de 21 de março, Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas.

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