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    Movimentos sociais organizam ato em Guaianases contra genocídio da população negra e pedem "justiça por Gabriel"

    Há 29 dias, o corpo do jovem de 18 anos foi encontrado baleado e com sinais de espancamento em Guaianases, na zona leste de São Paulo

    (Foto: Divulgação / MTST)
    Leonardo Sobreira avatar
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    Brasil de Fato - O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio e movimento Raiz da Liberdade protestaram neste domingo (14) em Guaianases, zona leste de São Paulo (SP), contra o genocídio da população negra e por justiça no caso Gabriel Garcia Pereira de Assis.

    Há 29 dias, o corpo do jovem foi encontrado baleado e com sinais de espancamento.

    O pai da vítima, José Carlos de Assis, é um dos coordenadores da ocupação Esperança Vermelha, do MTST, também na zona leste, e acredita que Gabriel tenha sido assassinado pela Polícia Militar (PM).

    A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo aguarda a conclusão do inquérito para se pronunciar sobre o caso.

    Dois rapazes que estavam com Gabriel contaram a Assis que, após furtarem um automóvel, no dia 14 de janeiro, eles foram surpreendidos pela polícia nas imediações de Guaianases.

    Os três se dispersaram para fugir dos disparos da PM, segundo o relato. Gabriel entrou em uma rua sem saída e nunca mais foi visto.

    Indignação

    O pai da vítima afirma que nada justifica o assassinato, mesmo em caso de flagrante por crime de furto.

    “Eles preferem, quando veem uma cor negra, executar e matar. Debaixo da farda existe a discriminação racial, social e pessoal”, disse, durante o protesto deste domingo, em vídeo gravado pelo MTST.

    Juventina Camargo Pontes, da Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio, enfatizou a importância do ato.

    “O assassinato de jovens pretos e periféricos aumentou muito nessa pandemia. A pena de morte no Brasil existe, para o jovem preto. Nem é suspeito, nem vai a julgamento, nem vai preso, e já é assassinado – julgado e condenado à morte”, afirmou.

    “Nosso crime é ser negro em uma sociedade em que a escravidão não acabou”.

    Dezenas de manifestantes caminharam com flores e cartazes exigindo justiça. O percurso terminou no exato local onde Gabriel foi assassinado. A PM sequer registrou boletim de ocorrência sobre o caso.

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