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Mulheres negras representam 45% do trabalho de cuidados no Brasil

Seminário em São Paulo destaca desafios e avanços para trabalhadoras domésticas

27 de abril é o Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica, criado para valorizar essa profissão tão desrespeitada (Foto: Gisele Federicce)

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247 - O trabalho de cuidados no Brasil, uma espinha dorsal muitas vezes invisível da sociedade, revela um perfil profundamente marcado pelo gênero e pela raça. Segundo dados da Secretaria Nacional da Política de Cuidados e Família, ligada ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, mulheres negras representam impressionantes 45% da força de trabalho nesse setor.

“Essas mulheres estão, em geral, ocupando as piores condições de trabalho. E para mudar isso precisamos de uma política articulada, que reconheça e enfrente as desigualdades estruturais que atravessam a sociedade brasileira”, declara a secretária nacional Laís Abramo.

O Brasil, assim como outros países da região, está cada vez mais reconhecendo o papel crucial das trabalhadoras domésticas na economia do cuidado. Esta foi uma das discussões destacadas no evento "O trabalho invisível que move tudo - seminário sobre trabalho doméstico e trabalho de cuidados", organizado pela deputada Ediane Maria em colaboração com a Secretaria Nacional da Política de Cuidados e Família, do Governo Federal.

Durante o seminário, especialistas como Maria Elena Valenzuela, representante da Cepal e da Organização Internacional do Trabalho, destacaram os avanços na formulação de políticas de cuidados na América Latina. O Uruguai, por exemplo, estabeleceu um sistema nacional integrado de cuidados em 2015, priorizando o trabalho digno para os trabalhadores domésticos.

No Brasil, a situação é complexa. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2022, 98% dos trabalhadores domésticos são mulheres, e 75% delas estão na informalidade. A deputada Ediane Maria ressalta a importância de abordar o aspecto racial neste setor, onde 67,3% das trabalhadoras domésticas são negras e 40% vivem em situação de pobreza.

O seminário, que acontece neste sábado (16) em São Paulo, visa gerar conhecimento e promover discussões sobre o trabalho de cuidados e as demandas das trabalhadoras domésticas. Com a presença de figuras como Diana Soliz, secretária de Organização da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas do Brasil, e a participação de artistas como a rapper Preta Rara e a atriz Ana Flávia Cavalcanti, o evento promete trazer à luz questões fundamentais para uma maior valorização e reconhecimento das trabalhadoras domésticas, especialmente as mulheres negras, na sociedade brasileira.

Inscrições gratuitas aqui.

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